
Números atualizados em 11 de novembro pela Secretária Estadual de Saúde (SES) apontam que, antes mesmo da chegada do verão - período em que as doenças provocadas pelo Aedes aegypti atingem seu ápice - Mato Grosso Sul já registra 11.201 casos da doença no estado e 13 mortes confirmadas. A incidência é de 399,6 para cada 100 mil habitantes, a quinta maior no país, considerada alta, o que se repete em 25 municípios. O maior número de casos confirmados foi registrado em Três Lagoas (1.788), seguido por Corumbá (1.576).
Com o início da temporada das chuvas, a multiplicação dos Aedes aegypti ocorre de forma exponencial. Os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias em ambiente seco e eclodem rapidamente após o início das chuvas.
SES capacita vigilância sanitária contra a Dengue, Zika e Chikungunya
Diante dessa ameaça, a Secretária de Estado de Saúde (SES) realiza até dezembro,
a capacitação dos coordenadores de vigilância epidemiológica com coordenadores de saúde dos 79 municípios do Estado, para notificação adequada de casos e o cenário epidemiológico da Dengue, Zika e Chikungunya de cada região. Nesta sexta-feira, a secretaria conclui a capacitação de 10 municípios da macrorregião de Três Lagoas. ]
Segundo a Gerente de Doenças Endêmicas da SES, Jéssica Klener, o registro de controle adequado auxilia o Estado e os municípios nas ações de enfrentamento às arboviroses:
“Com a diminuição dos casos de Covid-19 no Estado, nós pudemos retornar aos municípios oferecendo essas capacitações. Assim, de forma presencial, tiramos as dúvidas e atualizamos sobre o registro do fluxo de como e quando notificar, qual sistema usar e o que deve ser encaminhar ao Lacen para análise. Ações extremamente importantes para este enfrentamento”.
Biotecnologia
Além das campanhas de conscientização e aspersão de veneno, uma ferramenta de combate ao mosquito tem sido a biotecnologia. O Projeto Controle Natural de Vetores, desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com o trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, se mostrou eficiente. Em Ortigueira (PR), numa parceria com a empresa Klabin e o município, a ação já comprovou seus melhores resultados no Paraná. Implantado em novembro de 2020, em seis meses, a redução foi de 92% da população local de mosquitos. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 4, quase 97%. Não foram registradas mortes.