
O Brasil venceu duas categorias do Prêmio Fóssil do Ano, organizado pela rede de ONGs Climate Action Network (CAN) desde 1999 como uma espécie de "reconhecimento" dos países que se engajaram contra políticas ambientais nos últimos cinco anos.
Usualmente concedidos durante a Conferência do Clima (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU), o "antiprêmio" foi entregue nesta sexta-feira (11) em uma cerimônia virtual, uma vez que a COP-26, sediada em Glasgow, Escócia, foi adiada para 2021 em razão da pandemia de Covid-19.
Este ano, o Brasil "venceu" duas categorias: "Não proteger as pessoas dos Impactos Climáticos" e "Reduzir o espaço da sociedade civil".
No primeiro quesito, foram levadas em conta a destruição de biomas brasileiros, como a própria Floresta Amazônica e o Pantanal, que registraram um desmatamento ilegal desenfreado e queimadas históricas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O órgão identificou neste ano o pior índice de desmatamento na Amazônia desde 2008, e o Pantanal quase 30% do seu território devastado pelas chamas.
Além disso, foram ressaltadas a falta de políticas para proteger populações indígenas dos incêndios e das mudanças climáticas; o negacionismo climático; o avanço das ações de mineração e do agronegócio no ecossistema com a anuência do governo e o investimento na geração de energia por combustíveis fósseis.
Na segunda categoria do antiprêmio, foram levadas em conta medidas de governo para reduzir a participação da sociedade civil na agenda ambiental e reprimir defensores da causa indígena e do meio ambiente.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a acusar, sem provas, ONGs de estarem por trás dos incêndios na Amazônia.