Valter Brito da Silva, vereador do PSDB no município de Amambai, está internado em estado grave em Campo Grande após ter um infarto. O homem estava no Centro de Triagem Anísio Lima e teve que passar por uma angioplastia de emergência na manhã desta segunda-feira (11). O recurso é utilizado para desentupir artérias do coração por meio do cateterismo.
Conforme a assessoria do político, esse é o terceiro infarto que Valter sofre em três anos. Na última quarta-feira (6), ele passou mal na penitenciária e foi encaminhado à UPA do bairro Tiradentes. No mesmo dia, à noite, foi transferido para a UTI do Hospital Cassems, onde permanece internado. Ele é diagnosticado com obesidade e diabetes.
Valdir foi preso no dia 16 de novembro durante a Operação Laços Ocultos, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. A investigação foi iniciada pela 1ª Promotoria de Justiça de Amambai que relevou existência de organização criminosa que praticava corrupção ativa, passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro.
O grupo criminoso envolvendo políticos, servidores municipais e empresários teria desviado pelo menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos. A organização é acusada de fraudar licitações de obras e serviços de engenharia em Amambai e outros municípios, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos.
Operação - A investigação revelou superfaturamento e inexecução parcial de obras e pagamento de propina a agentes políticos e servidores públicos municipais que deveriam fiscalizar os contratos.
Além de Valter Brito, foram presos os engenheiros Jonathan Fraga de Lima, da JFL Construtora; Joice Mara Estigarribia da Silva, da J & A Construtora Ltda.; e Leticia de Carvalho Teoli Vitorasso, da C&C Construtora.
Também teve a prisão decretada a servidora pública Jucélia Barros Rodrigues, fiscal de contratos da prefeitura e espécie de “braço direito” de Valter Brito. Entretanto, ela não foi encontrada. Outro investigado, que não teve o nome revelado, também segue foragido.
O vereador Geverson Vicentim (PDT) também está entre os investigados. Mandados de busca foram cumpridos em sua casa e no seu escritório. O celular dele foi apreendido.
Além dos seis mandados de prisão, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriram 44 mandados de busca e apreensão em Amambai, Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC).