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Domingo, 20 de julho de 2025

Morre João Carlos di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, aos 82 anos

Após passar em 1º lugar em medicina em 2 faculdades, Di Genio fundou o próprio curso preparatório com colegas da USP. Ele dizia que 'inteligência e os talentos deveriam ser tratados como a riqueza de um país'.

13 de fev 2022 - 11h:29 Créditos: Portal G1
Crédito: Divulgação/UNIP

João Carlos di Genio, fundador de um dos maiores grupos de educação privada no país, o Unip/Objetivo, morreu de causas naturais no sábado (12), aos 82 anos, em sua casa no bairro paulistano dos Jardins.

Di Genio, que faria 83 anos no próximo dia 27, deixou esposa e três filhos adolescentes. Ele será velado no centro da capital paulista.

De estudante a professor

Em 1961, Di Genio passou em 1º lugar em medicina – em duas universidades, entre elas a concorrida Universidade de São Paulo (USP) –, o que causou bastante furor à época.

Ainda estudante, ele passou a dar aulas de física em um curso preparatório para os vestibulares de medicina.

Foi no Cescem que ele se descobriu professor, e mesmo após formar-se como médico, Di Genio escolheu continuar nas salas de aula.

Professor João Carlos di Genio em sala de aula em foto sem data — Foto: Cortesia/Unip
Professor João Carlos di Genio em sala de aula em foto sem data — Foto: Cortesia/Unip



Nascimento do Objetivo

Em dezembro de 1965, Di Genio e alguns professores e estudantes de medicina da USP – como Dráuzio Varella, Roger Patti e Tadasi Itto – decidiram abrir o próprio curso e o batizaram de Objetivo.

O Colégio Objetivo foi fundado em 1971 e, no ano seguinte, foram criadas as faculdades Objetivo.

Em 1988, elas foram transformadas na Universidade Paulista (Unip) – que hoje acolhe mais de 200.000 alunos de ensino superior em diversas áreas, incluindo o recente curso de medicina.



Alunos em frente à Unip de Ribeirão Preto em 12 de janeiro de 2022 — Foto: Érico Andrade/g1
Alunos em frente à Unip de Ribeirão Preto em 12 de janeiro de 2022 — Foto: Érico Andrade/g1


'Riqueza do país'

Di Genio tinha especial cuidado com crianças que, assim como ele, têm QI elevado, são superdotadas ou altamente habilidosas.

Segundo dizia, a "inteligência e os talentos deveriam ser tratados como a riqueza de um país".


"Di Genio era um homem completamente focado, e ele foi um inovador", disse Dráuzio Varella, médico e amigo de Di Genio. "Ele sempre esteve à frente, pensando para onde ia a educação".

Além disso, ele advogou pela inclusão de estudantes com deficiência na sala de aula, e acolheu alunos com as mais diversas síndromes e dificuldades.

Alunos do Colégio Objetivo em Valinhos durante aula de ciências — Foto: Crédito: Divulgação / Colégio AESC Objetivo Valinhos
Alunos do Colégio Objetivo em Valinhos durante aula de ciências — Foto: Crédito: Divulgação / Colégio AESC Objetivo Valinhos


Talento e inovação

Entre as décadas de 1970 e 1980, Di Genio criou um centro de pesquisa e tecnologia e o Programa Objetivo de Incentivo ao Talento (POIT) que oferece cursos de robótica, arte, criatividade, para crianças.

Por conta do POIT, o Objetivo foi reconhecido e passou a integrar – como 1ª instituição brasileira – o Conselho Mundial para Superdotados.

Além disso, ele criou o Teatro-laboratório – uma mistura no palco de tecnologia, arte e ciência.

Professor João Carlos di Genio em oficina de robótica em foto sem data — Foto: Cortesia/Unip
Professor João Carlos di Genio em oficina de robótica em foto sem data — Foto: Cortesia/Unip

Pioneiro e com os olhos sempre para o futuro, Di Genio apostou no ensino remoto e à distância ainda nos anos 90, quando começou a transmitir aulas em satélite.

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