No ano passado, um Boeing 737 Max 8, da companhia Lion Air, tinha apenas três meses de uso quando caiu na Indonésia e causou a morte de 189 passageiros. Desde então, as investigações ainda não chegaram a conclusões e várias críticas sobre o software e qualidade do motor vêm se acumulando, até a mais recente tragédia, no domingo (10), quando o mesmo modelo, mas da Ethiopian Airlines, provocou outros 157 óbitos.
Reino Unido, China, Indonésia, Coreia do Sul, Austrália, Singapura, Omã, Malásia, Argentina e vários outros países decidiram suspender todos os voos com seus 737 Max 8 por tempo indeterminado. No Brasil, a Gol anunciou que paralisou as operações de suas 7 aeronaves — a companhia é a única a ter esses modelos por aqui.
Em resposta, a Boeing promete lançar uma atualização de software para os veículos “no máximo” até o próximo mês. Publicado no site da fabricante, o update, chamado de “aprimoramento”. Eis o comunicado oficial:
Fonte: Boeing
“Nos últimos meses e após o voo 610 da Lion Air, a Boeing vem desenvolvendo um aprimoramento de software de controle de voo para o 737 Max, projetado para tornar ainda mais segura uma aeronave já segura. Isso inclui atualizações em diversos componentes do sistema de aumento de características de manobra (MCAS), como lei de controle de voo, painéis para pilotos, manuais de operação e treinamento da tripulação. A lei de controle de voo aprimorada incorpora entradas do ângulo de ataque (AOA), limita os comandos de compensação do estabilizador em resposta a uma leitura errônea de ângulo de ataque e fornece um limite ao comando do estabilizador para manter a autoridade do profundor.”
Especialistas estão fazendo alertas
A Boeing também diz em seu comunicado que os pilotos sempre são capazes de corrigir uma automação que age de forma inesperada — os investigadores ainda conferem se seria possível, por exemplo, que a intervenção humana pudesse evitar a tragédia com a Lion Air.
Do outro lado, especialistas vêm quebrando o protocolo e fazendo alertas públicos sobre os voos com os 737 Max. Vale destacar que isso não é comum na profissão e isso já vem causando um grande impacto nos negócios da companhia estadunidense. Ontem (11), as ações chegaram a cair 12%.
E os passageiros? Bem, tem uma galera com medo de voar em 737 Max nos próximos meses e muitos estão cancelando ou pensam em fazer isso. Mas, como adiantou o chefe-executivo da AirHelp ao New York Times, “eles não têm direito a indenização ou reembolso de passagens compradas, pois tecnicamente é uma decisão pessoal deles de cancelar”.