Pelo menos 10 presídios foram atingidos pelas enchentes do Rio Grande do Sul, o que acendeu um alerta para o risco de desabastecimento de água potável e mantimentos. Para evitar um colapso, medidas foram tomadas, incluindo a mobilização de caminhões-pipa, redução na variedade de alimentos e a transferência de mais de mil presos para evitar afogamentos durante as inundações.
INUNDAÇÃO - O monitoramento eletrônico dos detentos ficou um dia sem operar devido à inundação do Centro de Tecnologia da Informação do RS (Procergs), em Porto Alegre, que precisou ser temporariamente desligado para evitar danos. No entanto, o sistema já voltou ao normal. O prédio administrativo da antiga cadeia pública de Porto Alegre foi utilizado como abrigo para familiares dos policiais penais afetados pelas chuvas. Esta penitenciária, anteriormente considerada a pior do Brasil, passa por reconstrução desde o ano passado, quando dois pavilhões foram demolidos.
TRANSFERÊNCIA DE PRESOS - A situação mais crítica ocorreu no complexo prisional de Charqueadas, que abriga cerca de 6 mil presos. Após a submersão do andar térreo de uma das unidades devido à cheia do Rio Jacuí, 1.067 detentos foram transferidos com urgência para outras unidades do complexo. Em Rio Pardo, a queda de postes deixou o presídio sem energia elétrica temporariamente, mas o problema já foi resolvido. No entanto, várias unidades, especialmente no Vale do Taquari, continuam ilhadas e sem abastecimento de água, sendo atendidas por caminhões-pipa.
O QUE DIZ AS AUTORIDADES - O secretário de Sistema Penal e Socioeducativo do RS, Luiz Henrique Viana, assegurou que não há falta de água nem de comida em nenhum presídio. No entanto, há um alerta especial para os presídios das cidades de Pelotas, São Lourenço, Jaguarão e Rio Grande devido à descida das águas do Rio Guaíba em direção à Lagoa dos Patos, aumentando o risco de inundações nessas áreas.