
O Oriente Médio amanheceu nesta sexta-feira, 13 de junho de 2025, sob o som de alarmes e a fumaça de ataques. Israel confirmou ter lançado uma ofensiva aérea massiva contra instalações nucleares e militares no Irã, incluindo alvos na capital Teerã e a usina de enriquecimento de urânio em Natanz. O ataque, batizado de Operação Leão Ascendente, resultou na morte de importantes líderes militares e cientistas nucleares iranianos, elevando a níveis sem precedentes a tensão entre os dois arqui-inimigos.
Um Conflito de Longa Data e Raízes Profundas
A relação entre Israel e Irã nem sempre foi de inimizade. Até a Revolução Islâmica de 1979, os países mantinham laços diplomáticos e até mesmo alguma cooperação discreta. O Irã, sob o regime do Xá, foi o segundo país islâmico a reconhecer Israel. No entanto, a ascensão dos aiatolás ao poder transformou radicalmente essa dinâmica. O novo regime teocrático abraçou a causa palestina e passou a ver Israel como um braço do "imperialismo ocidental" na região.
Desde então, a rivalidade evoluiu para uma "guerra nas sombras", com acusações mútuas de ataques cibernéticos, assassinatos de cientistas nucleares, sabotagens e confrontos indiretos via grupos como o Hezbollah no Líbano e milícias na Síria e Iraque. A principal preocupação de Israel tem sido o programa nuclear iraniano, que, segundo Tel Aviv, visa ao desenvolvimento de armas atômicas, enquanto Teerã insiste no caráter pacífico de sua pesquisa.
Consequências Imediatas do Ataque de 13 de Junho de 2025
O ataque de hoje marca uma escalada direta e perigosa. O Irã reagiu rapidamente, lançando mais de 100 drones em direção a Israel, embora as defesas aéreas israelenses tenham interceptado a maioria. Teerã classificou a ofensiva israelense como uma "declaração de guerra" e prometeu uma "punição severa", responsabilizando também os Estados Unidos por suposta conivência.
Os impactos já se fazem sentir globalmente:
- Mercados em Convulsão: Bolsas de valores em queda, enquanto o preço do petróleo Brent disparou, superando a marca de US$ 70 o barril, com projeções de ir a US$ 120 caso o conflito se expanda. O ouro, tradicional porto seguro, também valorizou.
- Crise Humanitária e Evacuações: Companhias aéreas suspenderam voos para o Irã e Iraque. Os EUA já haviam esvaziado embaixadas na região preventivamente, e hospitais israelenses receberam ordens para se preparar para um cenário de guerra.
- Repercussões Geopolíticas: A comunidade internacional, incluindo ONU, OTAN e grandes potências como França e Reino Unido, apelou por contenção, enquanto China e Turquia condenaram a operação. A Rússia expressou preocupação com as implicações para o mercado de energia e suas relações com EUA e Europa.
Possibilidades de Guerra e Seus Riscos
O risco de uma guerra em larga escala no Oriente Médio é o mais alto em décadas. A retaliação iraniana, que promete ser "sem limites", pode levar a um ciclo incontrolável de violência. As possibilidades incluem:
- Ataques Diretos e Cruzados: Irã pode usar sua capacidade de mísseis e drones para atingir alvos estratégicos em Israel ou aliados. Israel, por sua vez, pode intensificar bombardeios a infraestrutura vital iraniana.
- Envolvimento de Atores Regionais: Grupos como o Hezbollah, na fronteira norte de Israel, poderiam ser ativados em grande escala, abrindo uma segunda ou terceira frente de conflito.
- Impacto no Estreito de Ormuz: O Irã tem capacidade de ameaçar o tráfego marítimo no Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial, o que teria consequências catastróficas para a economia global.
- Intervenção de Potências Mundiais: Embora os EUA afirmem não ter participado diretamente do ataque de hoje, sua aliança com Israel e sua presença militar na região tornam sua não-intervenção improvável em caso de escalada maior. A Rússia e a China também possuem interesses e relações com o Irã.
O tabuleiro geopolítico do Oriente Médio está mais volátil do que nunca. A comunidade internacional corre contra o tempo para desescalar a crise, mas a retórica e as ações militares recentes deixam o mundo em suspense, temendo uma conflagração de proporções globais.
Edição e Texto: Jornalista Pedro Lopez