Levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS) indica que o preço do óleo diesel deverá ser responsável pelo aumento de 1,7% do custo total só na safra de soja que começa em setembro.
Segundo as informações levantadas, o diesel aumentou 52,5% de 2021 para 2022. Apenas em setembro deste ano, o diesel deverá representar um custo de 3,26%.
Logo, o presidente Aprosoja, André Dobashi, destaca que o frete deverá aumentar pelo menos 5%, para custear essa valorização do diesel.
Um problema que era levado em consideração até o momento, em razão dessa alta do combustível, seria a ameaça na demanda de caminhoneiros. Entretanto, esse risco parece estar descartado.
“Não visualizo o risco de uma demanda por caminhões maior que a oferta, durante o escoamento do milho. O problema é que os caminhões estarão mais caros, esse é o ponto”, destaca André Dobashi.
Conforme os dados levantados, o preço do diesel deve causar impactos nos custos logísticos.
“Classificamos como um absurdo os altos preços praticados, inclusive, destacamos que os reajustes da gasolina e do etanol não chegaram nas bombas de diesel, o que está sendo uma afronta para quem produz e transporta”, afirma o presidente da Aprosoja.
O representante lembra ainda que, em outros momentos da história, caminhoneiros organizam greves e paradas por muitos menos que isso.
Transporte
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em todo o Brasil, atualmente são 878.308 cadastros como Transportador Autônomo de Cargas (TAC).
Os dados por Unidade Federativa não estão disponíveis.
Ainda conforme levantado pela ANTT, o ano de 2021 fechou com 841.740 cadastros como TAC, número que apenas aumentou em comparação com os anos anteriores.
Enquanto em 2020, fechou com 740.137. Em 2019, com 648.748. Em 2018, com 550.488. Em 2017, com 437.732 cadastros.
Safra
André Dobashi destaca, ainda, que a estimativa para o milho da 2ª safra 2021/2022 não é de uma safra recorde.
“A área dedicada ao milho, neste ciclo, está estimada em 1,992 milhão de hectares, o que representa uma retração de 12,6% em relação à área da 2ª safra de 2020/2021”, explica.
A produtividade estimada é de 78,13 sacas por hectare, gerando uma expectativa de produção de 9,34 milhões de toneladas, números que ainda serão revisados após a colheita.