A última pesquisa realizada pela Associação para a Prevenção da Obesidade em Animais, neste ano, constatou que 59% dos cães estavam com sobrepeso ou obesidade. Os levantamentos de 2022, por outro lado, haviam apontado 37% nessa condição. Isso demonstra que, assim como os humanos, os cachorros domésticos estão enfrentando um aumento no número de casos desse distúrbio.
Segundo Elisa Gonçalves, médica-veterinária da AmarVet's, essa comorbidade está associada a uma série de razões, que envolvem desde o histórico de saúde do cão até questões externas, e é caracterizada como uma doença crônica.
"Entre os fatores que podem contribuir para a obesidade em cachorros, temos a predisposição genética de algumas raças, doenças preexistentes, dieta inadequada — seja em relação ao tipo de alimento ou à quantidade — e o sedentarismo", afirma ao RPet.
"Alguns problemas endócrinos também podem levar ao aumento de peso", completa Gabrielle Pechinho, veterinária da Clínica Petforvet.
Como saber se meu cão está obeso?
Elisa explica que a identificação dos cachorros obesos é realizada por meio da "observação direta do animal, palpação adequada e medição da circunferência abdominal".
Além desses métodos, a veterinária ressalta que é utilizada a tabela de Escore de Condição Corporal (ECC). Essa ferramenta classifica o animal em uma escala que varia de "muito magro" a "obeso", permitindo uma avaliação subjetiva e quantitativa que diferencia o distúrbio do sobrepeso, por exemplo.
Riscos
A obesidade, capaz de afetar diversos órgãos e sistemas corporais, pode levar ao desenvolvimento de várias complicações para a saúde do cachorro, de acordo com as especialistas.
"Animais obesos podem desenvolver problemas osteoarticulares, endócrinos e até complicações mais graves, incluindo distúrbios respiratórios e cardiovasculares. Considerando todos esses fatores, é seguro dizer que a doença pode afetar o bem-estar e a qualidade de vida do animal", destaca Elisa.
Como ajudar o cão a emagrecer e prevenir esse distúrbio?
Para auxiliar o pet a perder peso, Gabrielle sugere a introdução de atividades físicas, como caminhadas, natação ou brincadeiras, e ressalta a importância de fazer uma mudança na alimentação.
"Isso envolve estabelecer uma quantidade precisa de comida que o animal pode ingerir diariamente, a qual será calculada com base no seu peso atual e no objetivo desejado", explica.
No que diz respeito à prevenção contra a doença, ela enfatiza a necessidade de seguir uma rotina saudável, que inclui alimentação balanceada e planejada para o animal, juntamente com exercícios físicos diários, como caminhadas.