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Quinta, 21 de novembro de 2024

Campo Grande deve ser a capital mais quente do País esta semana

Mato Grosso do Sul enfrenta nova onda de calor com temperaturas extremas e riscos à saúde a partir de amanhã, alertam meteorologistas e médicos

13 de dez 2023 - 15h:03 Créditos: Correio do Estado
Crédito: Com o fim do período de chuva, que deu trégua nas altas temperaturas, MS enfrentará picos de calor - GERSON OLIVEIRA

Com a nova onda de calor que atingirá Mato Grosso do Sul a partir de amanhã, Campo Grande deve se tornar a capital mais quente do País. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), sexta-feira e sábado serão os dias com as maiores temperaturas, alcançando até 39ºC. 

O período de alerta se inicia às 12h de amanhã e se estende até as 19h de domingo. O Inmet alerta que as altas temperaturas representam um risco à saúde e disponibiliza o número 199, da Defesa Civil, para orientações.

“A tendência é de que, entre o fim desta semana e o começo da próxima, as temperaturas atinjam números muito elevados no Centro-Oeste, com marcas mais comuns de se observar nos períodos mais quentes da primavera do que em dezembro, sobretudo nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, alertou o Inmet.

Após o término de um período chuvoso, Mato Grosso do Sul terá temperaturas 5ºC acima da média esperada para dezembro, com as máximas podendo ultrapassar 40ºC novamente, de acordo com o Instituto. Esses fatores são influências do bloqueio atmosférico associado ao El Niño, fenômeno que provoca o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, favorecendo ondas de calor em todo o País.

“A previsão para a semana, a partir de quinta-feira, indica tempo firme, com sol e variação de nebulosidade, em razão da atuação de um bloqueio atmosférico que favorecerá uma intensa onda de calor. No entanto, não se descartam pancadas de chuva, tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento, em função do aquecimento diurno”, explica o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec-MS).

Ondas de Calor

Nos últimos três meses, os sul-mato-grossenses enfrentaram intensas ondas de calor, com temperaturas superando 40ºC em todos os municípios do Estado. Em outubro, vários municípios bateram recordes consecutivos de calor. 

Em 22 de outubro, os termômetros na Capital atingiram a marca de 38,1ºC, superando o recorde anterior, de 37,8ºC, registrado em 18 de outubro. No dia 23 de outubro, Campo Grande registrou um novo recorde de calor, com 39,4ºC.

Segundo o Inmet, até as 15h do dia 23 de outubro deste ano, seis municípios do Estado registraram temperatura acima de 40ºC. A região de Corumbá registrou 40,9ºC; Porto Murtinho, 41,8ºC; Aquidauana, 40,1ºC; Miranda, 40,6ºC; e Coxim, 40ºC. 

O Cemtec-MS também destacou que, sob a influência da onda de calor, os municípios de Aral Moreira e Ponta Porã estabeleceram novos recordes, de 37,7°C e 38°C, respectivamente.

Perigos

De acordo com a endocrinologista Lara Cristina Leite, longos períodos de exposição aos raios solares durante os horários mais quentes podem prejudicar significativamente o organismo, podendo até levar à morte. “O mecanismo interno de controle da temperatura corporal será afetado, causando insolação. Os principais sintomas incluem febre alta, tontura, queimaduras de pele, perda de consciência, taquicardia, vômitos e dificuldade para respirar”.

Outros riscos destacados pela médica incluem situações prolongadas de exposição ao calor, levando à perda de líquidos e sais minerais importantes, causando desidratação. Os sintomas dessa condição incluem fraqueza, mal-estar, ressecamento dos olhos e da boca, além de longos períodos sem urinar.

Fatores de risco intensificam-se em decorrência das altas temperaturas, como as que serão experimentadas ao longo desta semana, incluindo problemas respiratórios, como rinite, sinusite e crises de asma; problemas de pele, como micoses; e problemas de pressão arterial, que podem provocar queda ou elevação da pressão e da frequência cardíaca.

Raphael Coelho Figueredo, membro da Comissão de Biodiversidade, Poluição e Clima da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), explica que as ondas de calor provocam um aumento de mediadores inflamatórios no organismo humano, afetando principalmente os extremos de idade, gestantes, obesos e pessoas com doenças crônicas, agravando as doenças alérgicas, especialmente as alergias respiratórias, como asma e rinite, e as de pele, como dermatite atópica.

“Ao contrário de outros eventos climáticos extremos, como tornados e enchentes, o calor passa a sensação de ser menos agressivo ou mais tolerável pelas pessoas. É essa falsa percepção que faz com que as ondas de calor sejam extremamente perigosas para a saúde humana”, explica Figueredo.

SAIBA

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta que a nova onda de calor deve começar às 12h de amanhã e terminar na noite de domingo, em Mato Grosso do Sul e em outros 14 estados. 

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