Provocado pelo vírus herpes simplex, a herpes labial é uma infecção com alta incidência de contágio. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 3,7 bilhões de pessoas, abaixo dos 50 anos, está infectada com a doença. Isso é equivalente a 67% da população mundial total.
Geralmente, essa doença se manifesta através de pequenas bolhas, seja na pele – como no caso dos lábios – ou na genitália. Somente quando o vírus é o herpes simplex 1 (HSV-1), ela aparece nos lábios.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, esse vírus ocorre com maior predominância na infância, mas ela tende a não se manifestar nessa época. O vírus atravessa a pele e após percorrer um nervo, ele fica no organismo de maneira inativa, até se reativar novamente.
Sua reativação pode ocorrer a vários fatores, como exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que possam diminuir a resistência orgânica do indivíduo.
Ainda assim, existem pessoas que têm maior probabilidade de desenvolverem os sintomas do herpes, enquanto outras, ainda que entrem em contato com o vírus, não apresentação a doença, já que sua imunidade é alta e não permite o desenvolvimento da infecção.
O herpes labial não tem cura e é totalmente transmissível. Pessoas que apresentarem as feridas características devem evitar o contato físico, especialmente beijos, em pessoas não contagiadas, especialmente bebês.
Existem estudos que mostram que somente em 2016, pelo menos 3,7 bilhões de pessoas no mundo, abaixo dos 50 anos, já tiveram infecção por HSV-1.
O que causa o herpes labial?
Quando entramos em contato com o vírus HSV-1, seja através de gotículas de saliva, pelo beijo ou por colocar objetos contaminados na boca, o vírus termina se instalando nos nervos e gânglios, que são as glândulas do sistema linfático.
“Ele tem a capacidade de se esconder do sistema de defesa do organismo”, explica o dermatologista entrevistado pela revista Saúde e diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Egon Daxbacher.
Porém o vírus só aparece quando a imunidade da pessoa está baixa.
Como o herpes labial se manifesta?
As manifestações mais comuns do herpes ocorrem nos lábios e na região genital, mas essa infecção viral pode se desenvolver em qualquer parte da pele. Quando o herpes se reativa, geralmente segue o seguinte processo:
- Inicialmente, pode ocorrer coceira e ardência na área onde surgirão as lesões.
- Em seguida, pequenas bolhas agrupadas, semelhantes a um buquê, se formam sobre uma área avermelhada e inchada.
- As bolhas se rompem, liberando um líquido que contém uma alta carga viral, tornando essa fase a mais propensa à transmissão da doença.
- A ferida começa a secar e forma uma crosta, marcando o início do processo de cicatrização.
- O herpes normalmente dura de 5 a 10 dias até sua completa resolução.
Sintomas do herpes labial
Entre os sintomas estão:
Vermelhidão na boca: O herpes labial geralmente começa com uma vermelhidão na área onde as lesões aparecerão. Isso ocorre devido à inflamação da pele.
Formigamento na boca: Muitas pessoas sentem um formigamento ou coceira na região afetada, o que pode ser um sinal precoce do herpes labial.
Coceira na boca: A coceira é um sintoma comum que pode ser acompanhado de formigamento, geralmente indicando que as lesões estão se desenvolvendo.
Ardência na boca: A sensação de ardor pode ser sentida na área afetada, contribuindo para o desconforto.
Desconforto ou sensação de que há algo estranho na boca: Muitas pessoas descrevem uma sensação de desconforto, como se algo estivesse errado, antes do aparecimento das lesões.
Surgimento de pequenas bolhas nos lábios: Essas bolhas, frequentemente agrupadas, são uma característica distintiva do herpes labial. Elas contêm fluidos ricos em vírus.
Rachaduras nos lábios: Após as bolhas se romperem, os lábios podem apresentar rachaduras e feridas, agravando o desconforto.
Depois que as bolhas estouram, surgimento de feridas abertas na boca que sangram facilmente: Quando as bolhas rompem, formam-se feridas abertas que podem sangrar facilmente, especialmente durante movimentos labiais, como falar ou comer.
Dor ao movimentar a boca: Devido às feridas e lesões, é comum sentir dor ao mover a boca, o que pode dificultar atividades cotidianas, como comer e falar.
Estes são os sintomas típicos do herpes labial. Eles podem variar em intensidade de uma pessoa para outra, e a duração do surto também pode variar. Geralmente, os sintomas duram de 5 a 10 dias.
Também é possível saber que o vírus está ativo até 48 horas antes das bolhas aparecerem nos lábios, já que os sintomas como vermelhidão, formigamento, ardência e coceira surgem primeiro.
Ainda que você consiga identificar esses sintomas prévios, não há como impedir as erupções.
Como acontece a contaminação por herpes labial?
A contaminação pelo vírus do herpes labial ocorre principalmente através do contato direto com uma pessoa infectada. Isso pode acontecer por meio de um simples beijo ou pelo compartilhamento de objetos do cotidiano, como talheres, toalhas, copos e até mesmo batom.
Nesse caso, é importante evitar o compartilhamento de alimentos, como picolés, pirulitos, sorvetes e pastéis, que podem ser veículos de transmissão.
Beijar desconhecidos é particularmente arriscado, uma vez que o vírus pode ser transmitido mesmo quando a pessoa portadora não apresenta bolhas ou feridas visíveis na boca, especialmente nas 48 horas que antecedem o surgimento das erupções, quando outros sintomas já estão presentes.
É importante lembrar que a transmissão pode ocorrer mesmo na ausência de sintomas visíveis, quando o vírus está em um estado “adormecido”.
Tratamento do herpes labial
Geralmente, os sintomas do herpes tendem a se manifestar por aproximadamente uma semana e vão desaparecendo gradualmente.
Porém o vírus permanece no corpo e novos episódios podem acontecer quando a imunidade da pessoa estiver baixa ou sofrer outro abalo. Nesse caso, é recomendado que o paciente busque acompanhamento médico, para que seja feita a recomendação de antivirais para reduzir a reincidência de novas crises.
É importante lembrar que o vírus do herpes não tem cura.
Qual é a diferença entre herpes labial e herpes genital?
Ambos são causados por diferentes tipos de vírus herpes simplex: o HSV-1 e o HSV-2.
O HSV-1, em grande parte, é transmitido por contato oral e está associado ao herpes labial, enquanto o HSV-2 é transmitido principalmente por meio de relações sexuais, sendo considerado uma infecção sexualmente transmissível (IST).
O herpes genital se manifesta com o surgimento de bolhas e feridas na região da vagina e ânus em mulheres, e no pênis e ânus em homens.
O tratamento para a herpes genital é semelhante ao do herpes labial, com sintomas que tendem a desaparecer por conta própria após cerca de 10 dias. Em casos mais graves, medicamentos antivirais podem ser prescritos, mas não existe uma cura definitiva para a doença.
Atenção ????????
É importante destacar que, embora o HSV-1 seja comumente associado ao herpes labial, ele também pode infectar as regiões genitais em algumas circunstâncias, o que pode causar desconforto e dor, dependendo do estado do sistema imunológico da pessoa afetada.
Complicações do herpes
Pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como grávidas, recém-nascido e pacientes imunossuprimidos, como aqueles em tratamento de câncer, devem evitar ao máximo contato direto com pessoas infectadas com o vírus.
Quando ocorrem recidivas, ou seja, o reaparecimento da infecção, os sintomas podem persistir por mais tempo e se espalhar pelo organismo. Portanto, é fundamental tratar a herpes adequadamente já na sua primeira aparição para evitar tais complicações.