
Após o adiamento em um ano por causa do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, começarão daqui a exatos 100 dias, mas o megaevento esportivo sofre uma grande rejeição da população local devido ao aumento dos gastos e à persistência da pandemia no mundo.
O Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, que trocou de presidente em fevereiro por conta de um escândalo de sexismo, revelou que o custo total do evento ficará em cerca de US$ 15,4 bilhões, número bem maior que os US$ 7,3 bilhões previstos no dossiê de candidatura, em 2013. Isso torna a edição de Tóquio uma das Olimpíadas mais caras da história
Para piorar a situação, as Olimpíadas não contarão com espectadores estrangeiros, e a ausência de turistas pode causar um prejuízo de quase US$ 2 bilhões, segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Nomura.
O publicitário e professor brasileiro Paulo Junior, que tem 35 anos e mora no Japão desde 2019, reparou que os seus jovens alunos, de cinco a 14 anos, estão "ansiosos" para o início dos Jogos, mas os adultos com quem convive estão "pessimistas e preocupados.
Boa parte é contra a realização dos Jogos porque o mundo ainda sofre com a pandemia. Antes, todos eram incondicionalmente favoráveis, já que as Olimpíadas atraem turistas de todos os países e geram uma enorme arrecadação. Sem a entrada dos estrangeiros, os hotéis e comércios não terão ganho algum.
Eventos-teste de diferentes modalidade foram adiados, o revezamento da tocha olímpica foi reduzido ao mínimo e novas restrições sanitárias estão em vigor em Tóquio e outras cidades japonesas. Com a pandemia ainda não controlada em muitos países, não faz sentido realizar um megaevento desse porte.
O evento esta previsto para 23 de julho a 8 de agosto desse ano.