
Um estudo, publicado na Revista Science, identificou que o asteroide que caiu na Terra no final do período Cretáceo pode ter dado início à estrutura atual das florestas tropicais da América do Sul.
A pesquisa foi realizada por cientistas de universidades e institutos dos Estados Unidos, da Europa, da China e da América do Sul, que analisaram cerca de 50 mil amostras de pólen fossilizado e 6 mil folhas da região da Amazônia colombiana para identificar as mudanças nas características da floresta.
O estudo concluiu que, à época em que o meteoro caiu na Terra e dizimou dinossauros, as plantas do tipo gimnospermas, como as coníferas, eram abundantes na região amazônica.
Com o meteoro, plantas do tipo angiospermas, ou seja, aquelas que possuem flores e frutos passaram a dominar as florestas ao longo dos seis milhões de anos após o bólido.
E foi neste momento que a região começou a se assemelhar à floresta neotropical de planície moderna, que é a Floresta Amazônia hoje.
O estudo também mostrou que o dossel, conjunto de copas e folhas das árvores, foi formado nesse período.
A composição dessa estrutura, que abriga boa parte da vida animal e vegetal, evoluiu de um ambiente relativamente aberto para uma floresta fechada e em camadas, levando ao aumento da floresta em termos verticais e a uma maior diversidade de formas de crescimento das plantas.
Segundo os pesquisadores, "o evento do fim do Cretáceo foi catastrófico para as comunidades terrestres em todo o mundo, mas seu efeito duradouro nas florestas tropicais permanece amplamente desconhecido".
No entanto, as análises podem indicar, ao menos, a origem de uma das mais importantes florestas do mundo.