
A Polícia Civil foi procurada por 31 mulheres desde terça-feira (13) para denunciar o cirurgião plástico investigado por abuso sexual em Porto Alegre - RS. O profissional foi alvo de uma operação na manhã de ontem.
Após a ação, que apreendeu elementos para prosseguir com as investigações, ele prestou depoimento à polícia e foi liberado. O médico Klaus Brodbeck afirmou que as acusações são "infundadas".
Duas ex-funcionárias estão entre as novas denunciantes. São investigados crimes sexuais.
"Elas iam procurar tratamento estético e sofriam alguma espécie de violência sexual", explica a delegada que investiga o caso, Jeiselaure Rocha.
"Estamos aqui à disposição para acolher essas vítimas e finalmente tenham voz, mesmo que tenha passado muito tempo", diz.
Segundo a delegada, a polícia recebe relatos de mulheres que se sentiram desconfortáveis ou humilhadas durante a consulta, mas que não sabiam, na época, de que se tratava de abuso sexual.
As denúncias podem ser feitas nas Delegacias da Mulher ou em qualquer outra delegacia e pelo WhatsApp da Polícia Civil, (51) 98444-0606.
A polícia já investigava depoimentos de 12 mulheres. Elas relataram que os exames realizados pelo médico iam além do necessário para o diagnóstico do tipo de cirurgia estética que seria feita.
Conforme uma paciente de São Paulo, a conduta do profissional era "estranha e constrangedora".
"Desde a primeira vez que eu fui lá para colocar silicone, era só para fazer o peito, e ele já pediu para tirar toda a roupa. Ele fazia uns olhares muito constrangedores, passava a mão no corpo de uma forma muito constrangedora. Mas, na época, acho que, de alguma maneira, esses abusos eram mais normalizados. Deixei passar isso e me dei muito mal, me arrependo muito”, conta uma paciente.
As histórias contadas à polícia dão conta até de troca de procedimentos estéticos por sexo. O homem é investigado ainda por manter relações sexuais com uma paciente sedada, após a cirurgia.