Funcionários de uma agência bancária de Campo Grande afirmam estar vivendo dias de “terror e medo” desde a chegada de um novo gerente. Em quatro meses da nova gestão, o saldo é de dois funcionários demitidos, os demais com medo e uma denúncia em andamento no Ministério Público do Trabalho.
“Nos sentimos injustiçados e ameaçados por ele. Ele já demitiu dois colegas e já foram feitas denúncias na cooperativas, mas nada acontece”, diz o denunciante que prefere não se identificar por segurança, ao citar que todos foram pressionados para dizer quem denunciou o chefe à diretoria da cooperativa de crédito.
No dia 25 de agosto foi protocolada uma denúncia contra o gerente de uma agência do Sicredi Campo Grande por prática de assédio moral, no Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul. A instituição afirma que a denúncia está em fase de apreciação preliminar.
Em 29 de agosto a denúncia foi distribuída por sorteio e a partir da data, o prazo é de até 120 dias para que o procurador levante as informações que considere pertinentes, conduza diligências e delibere sobre a instauração de eventuais procedimentos, ou pelo arquivamento da denúncia. No dia 31 de agosto, o Sicredi foi notificado e tem prazo de dez dias úteis para se manifestar.
Operações sem consentimento dos clientes
Funcionários denunciam ainda, cobrança para que alcancem metas da empresa. Para isso, o gerente estaria pressionando para que os funcionários realizem operações nas contas sem o conhecimento dos clientes.
“Ele mandou a gente aplicar saldo da conta corrente na poupança, sem a autorização do associado. Nós fazemos a aplicação sem o cliente saber e, se ele precisar usar o saldo, não está na conta. Também pressiona a gente para fechar os seguros prestamista à vista”, detalha o denunciante.
O que a empresa diz
Em nota, a Cooperativa Sicredi Campo Grande informa que foi notificada na última sexta-feira, dia 9 de setembro, a respeito do processo em questão, aberto pelo Ministério Público do Trabalho.
“O Sicredi colabora com as autoridades competentes e acompanhará o andamento da manifestação até a sua conclusão e, caso seja julgada procedente, tomará as medidas cabíveis. O caso segue em segredo de justiça. Ressaltamos nosso compromisso contra qualquer tipo de assédio e conduta inadequada por parte de colaboradores”.