Desde o sábado (11) à noite, um homem de 65 anos está desaparecido no rio Paraguai, na região de Barra do São Lourenço, divisa de Mato Grosso do Sul com Mato Grosso. A vítima caiu no rio após um acidente com embarcação e o socorro aos Bombeiros acabou sendo acionado no domingo (12) à tarde.
Já nesta segunda (13), a equipe de socorro recebeu a informação que um corpo havia sido localizado. Esse foi o breve relato sobre o registro da 12ª vítima fatal por conta de acidente náutico registrado no rio Paraguai entre abril e dezembro deste ano. O nome da vítima ainda está sendo averiguado pelas autoridades.
Agora em 2021, tragédias ligadas a ocorrências no rio Paraguai causaram diferentes perdas. Entre elas está o naufrágio que ocorreu em 15 de outubro e vitimou fatalmente sete pessoas, sendo que quatro eram da mesma família.
Esse acidente com o barco Carcará foi um dos piores registrados na região de Corumbá na última década. Na embarcação havia 21 pessoas e depois de um temporal, que chegou a ter ventos de mais de 100 km/h, o Carcará virou a poucos quilômetros de Corumbá.
As vítimas fatais desse acidente foram os turistas de Rio Verde (GO): Thiago Souza Gomes, Fernando Gomes de Oliveira, Fernando Rodrigues Leão, Olímpio Alves de Souza e Geraldo Alves de Souza.
Os tripulantes, moradores de Corumbá, que faleceram foram Mauro Rodrigues Canabarro, piloteiro, e o comandante Vitor Celestino Francelino.
Outro acidente grave, este ocorrido em agosto, vitimou mãe e filho. Adrielly de Paula Costa, 23 anos, vinha para Corumbá junto com outras crianças, incluindo o filho, para regularizar a matrícula para o retorno das aulas presenciais.
A embarcação que ela estava a bordo acabou colidindo com outra e todos caíram na água.
Algumas pessoas conseguiram chegar à margem, porém Adrielly acabou afogando-se. O filho dela, Nikollas, 3 anos, também ficou na água. Esse acidente ocorreu há cerca de 35 km de Ladário, em uma região conhecida como Formigueiro e onde há o encontro do rio Paraguai com o Pacu.
Por mais de seis dias, os Bombeiros trabalharam nas buscas para encontrar uma segunda criança, uma menina de 3 anos, que não conseguiu ser resgatada na época do acidente. Apesar dos esforços e a localização de diversos objetos que estavam na embarcação, que seguia para uma fazenda, a menina nunca foi encontrada.
Os demais acidentes que a Marinha do Brasil registrou neste ano no rio Paraguai, na região de Corumbá, ocorreram em 27 de abril, na Baía do Tuiuiu, que vitimou Evair Assumpção Mendes, 25 anos; outro em 1º de maio, quando um homem caiu perto da Baía de Miranda.
Investigação desses casos
A responsabilização criminal e apuração dos motivos que causaram esses acidentes com embarcações representam um desafio para as autoridades. Quem tem mais aparelhamento para averiguação desses registros é a Marinha do Brasil, que em todo acidente abre processo administrativo para tentar identificar causas.
Pelo lado criminal e de responsabilização, cabe à Perícia Oficial e à Polícia Civil esse trabalho. Conforme apurado com o Instituto de Criminalística, alguns critérios para se identificar a dinâmica de um acidente náutico são parecidos com os acidentes em vias.
Porém, muitos dos vestígios que ajudam a identificar detalhes sobre as colisões em cidades e rodovias não são encontrados nas colisões registradas no rio.
Com isso, os peritos oficiais precisam periciar as embarcações depois que são retiradas do rio para encontrarem vestígios que contribuem para o laudo pericial, posteriormente encaminhado para o inquérito da Polícia Civil.
Bombeiros e a própria Marinha são órgãos que contribuem no transporte e informações técnicas para que a Perícia Oficial consiga concluir as apurações científicas.
A reportagem tentou confirmar quais investigações criminais e apurações administrativas já foram concluídas com relação aos acidentes náuticos registrados no rio Paraguai neste ano, mas não foi possível obter retorno até o fechamento da edição.