Durante entrevista ao jornal norte-americano “The Wall Street Journal”, Jair Bolsonaro (PL) disse que voltará ao Brasil em março para liderar a oposição contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente embarcou para os Estados Unidos no último dia do seu mandato, em 31 de dezembro. Para o jornal norte-americano, Bolsonaro se vê como o principal líder da direita do Brasil. “O movimento de direita não está morto e continuará vivo”, pontuou.
Ele afirmou ainda que atuará junto com apoiadores no Congresso Nacional na promoção de políticas conservadores e apoiará nomes da direitas nas eleições municipais. O ex-presidente também comentou sobre a derrota nas eleições presidenciais em 2022. Ele afirmou que isso faz parte do processo e que não tem como apontar a existência de fraude. Entretanto, entende que o processo foi enviesado.
O ex-presidente se desassociou os atos de vandalismo em Brasília, no dia 8 de janeiro. Bolsonaro argumentou que não estava no país naquele momento e afirmou ser inocente. Ele também acha inapropriado chamar o episódio de tentativa de golpe. “Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”, questionou Bolsonaro.
O ex-mandatário é alvo de investigação sobre um eventual responsabilidade nos atos e diz estar ciente das consequências que ira enfrentar caso retorne ao Brasil, relembrando o também ex-presidente Michel Temer, preso logo após deixar o cargo. “Uma ordem de prisão pode aparecer do nada”, afirmou o presidente. Bolsonaro também comentou sobre a recente vista de Lula nos Estados Unidos. O atual presidente se reuniu com o presidente dos EUA Joe Biden, na Casa Branca. “Lula só veio aqui para estar nos holofotes”, criticou.