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Sexta, 18 de outubro de 2024

Caminhoneiros mantêm fronteira fechada contra a greve de auditores

Sem previsão para terminar, operação-padrão em aduanas já gera prejuízos de R$ 50 milhões em MS

15 de mar 2022 - 10h:07 Créditos: Correio do Estado
Crédito: Reprodução/Divulgação

A operação-padrão da Receita Federal nas aduanas caminha para completar três meses de duração, o que gera um impacto profundo no custo que as transportadoras têm para realizar a movimentação de cargas na importação e na exportação.  

O sindicato das empresas do setor estima que o prejuízo estimado na cadeia logística está em R$ 50 milhões, e o valor continua aumentando, porque não há horizonte definido para o fim desse movimento.

Por conta do custo insustentável que passou a existir para as transportadoras, o Setlog Pantanal (sindicato da categoria para Corumbá e região) decidiu fechar o porto seco na fronteira do Brasil com a Bolívia e, caso não haja solução até a tarde de hoje, a paralisação seguirá por tempo indeterminado.  

Nenhuma carga ou caminhão pode entrar ou sair do terminal desde as primeiras horas desta segunda-feira. A operação-padrão, que já atrasava a liberação de cargas, em média, 15 dias, agora deve sofrer um novo impacto.

“Nós estamos dando um tempo para ver se o governo federal acerta com a Receita Federal para resolver esse problema. É uma situação entre os dois, mas quem está pagando a conta é a iniciativa privada, são os empresários, é o comércio exterior”, disse o presidente do Setlog Pantanal, Lourival Júnior.  

“Caso não haja uma resolução após esses dois dias, pensamos em fechar a Agesa [porto seco] em definitivo até que isso seja resolvido. O prejuízo que estamos acumulando nunca mais vamos ser ressarcidos”, completou.

FRONTEIRA

No Brasil, os caminhões que chegam em Corumbá vêm de São Paulo, Paraná e Santa Catarina carregados com combustível, implementos agrícolas e outros produtos manufaturados.  

Os veículos com saída da Bolívia estão carregados, principalmente, com ureia granulada, produto utilizado na manufatura de fertilizantes.

Justamente por conta dessa liberação tardia para importação e exportação que o custo do sistema logístico passou a aumentar consideravelmente.  

Primeiro, porque há os valores necessários para manter o motorista aguardando com o caminhão no porto seco, com alimentação e demais custos. Segundo, porque os prazos de entrega foram todos perdidos, o que acarreta em multas no caso de alguns contratos.

Neste mês, a operação-padrão passou a atuar de forma mais enérgica e, em vez de dois dias de paralisação, passou a três dias (terça, quarta e quinta), o que vai gerar novos reflexos para a importação e a exportação.  

A medida vale não só para Corumbá, como Mundo Novo, Ponta Porã e também outros portos do Brasil.

Lourival Júnior, representante do Setlog Pantanal, apontou que as transportadoras passaram a ter um custo maior do que o valor que cobram pelo transporte.  

Essa situação de atraso na liberação de veículos vinha sendo remediada desde o fim de dezembro de 2021, mas o prolongamento do cenário criou uma nova condição econômica, avolumando-se em prejuízos financeiros para o setor.

“A gente veio para a portaria da Agesa para impedir a entrada e saída de veículos. É uma forma de protesto pelo tempo de liberação do canal vermelho [que exige averiguação de documentos para entrada ou saída do País]”.  

“Todas as tentativas de diálogo com a Receita já foram feitas, e a resposta foi a mesma: falta pessoal. Entrou em um momento que a gente não tem mais o que fazer. Estamos pagando para trabalhar, então, decidimos parar tudo”, explica.

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