A jornalista Marina Ovsiannikova, funcionária de um canal russo que invadiu um telejornal a favor do governo da Rússia para denunciar a ofensiva contra a Ucrânia, está sendo julgada nesta terça-feira (15) por ter se manifestado ilegalmente.
A audiência está em andamento, de acordo com o tribunal distrital de Ostankino, em Moscou, consultado pela AFP.
Se considerada culpada pela acusação de protesto ilegal, Ovsiannikova poderá enfrentar dez dias de prisão. Marina não foi imediatamente acusada do crime de publicar "informações falsas" sobre os militares russos, delito que prevê uma pena máxima de 15 anos de prisão.
No julgamento, Ovsiannikova se declarou inocente. "Não reconheço minha culpa", disse a jornalista no tribunal, segundo fontes da AFP. "Continuo convencida de que a Rússia está cometendo um crime... e que é o invasor da Ucrânia", acrescentou.
Mais cedo, seu advogado, Daniil Berman, chegou a considerar que sua cliente corria o risco de ser condenada no âmbito dessa nova lei.
"Há uma grande probabilidade de que as autoridades decidam dar um exemplo, para que outros críticos se calem", afirmou o advogado, explicando que ainda não conseguiu se reunir com sua cliente.
Ovsiannikova, natural de Odessa, na Ucrânia, trabalha na emissora Pervy Kanal (Channel One, para o Ocidente), muito próxima do poder russo.
Na noite desta segunda-feira (14), ela invadiu o noticiário e ficou atrás da apresentadora com um cartaz que dizia: "Não à guerra, não acredite na propaganda. Aqui eles estão mentindo a você".