A Justiça Eleitoral arquivou um inquérito policial aberto na Polícia Federal que investigava o crime de difamação eleitoral contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após a divulgação do vídeo de uma suposta orgia atribuído a ele em 2018 .
À época, Doria disse que a gravação era falsa e que tomaria as medidas judiciais cabíveis . A decisão atende a um pedido do promotor eleitoral Luís Gabo Alvares, após a Polícia Federal ter concluído o inquérito na última semana.
Depois de realizar perícia, a PF afirmou não haver "sinais de adulteração" no vídeo íntimo. "O perito analisou a direção da iluminação, disposição de personagens e objetos e suas relações na imagem, assim como a continuidade do sinal de áudio, não encontrando sinais de adulteração nas imagens examinadas", diz um trecho do documento entregue no final do mês passado.
Devido à qualidade da gravação, porém, a PF disse não ter conseguido identificar as pessoas que aparecem nas imagens ou a origem da filmagem.
Após a divulgação do laudo, o governador acusou a Polícia Federal de perseguição no último dia 9 , afirmando que a corporação "decidiu ressuscitar a investigação de um caso da eleição de 2018" e que se tornou "o maior crime eleitoral já realizado contra um candidato na história do Brasil, justamente quando se aproximam as próximas eleições presidenciais".
A apuração do caso foi aberta pelo próprio governador, que negou ter participado do vídeo, que foi divulgado durante a campanha eleitoral de 2018 — na qual ele concorria ao segundo turno.
"Hoje eu vi o vídeo vergonhoso nas redes sociais, produzido por alguém que só quer o meu mal, o mal da minha família. Uma produção grotesca. Fake news", afirmou, na época. "Lamento muito que a campanha tenha chegado a esse nível de ferir a nossa família, de ferir um conceito que eu sempre preservei. Refuto isto com toda a minha energia."