
No dia 14 de agosto de 2005 aconteceu a queda de um Boeing 737-300 da companhia aérea Helios nos arredores de Atenas (Grécia). Os 121 passageiros a bordo morreram. O avião voou cerca de três horas sem ninguém comandar, até que ficou sem combustível e caiu.
As investigações na época mostraram que a falta de pressurização fez com que todos perdessem oxigênio. O piloto automático do avião que comandou a aeronave até que não tivesse mais combustível.
Os problemas começaram ainda no solo, quando mecânicos estavam fazendo uma manutenção e foram feitos vários testes. A falha poderia ter sido corrigida antes ou depois da decolagem pelos comandantes da aeronave.
O botão que indica se o sistema está em manual ou automático deve ser checado durante o procedimento pré-voo, após a partida dos motores e após a decolagem. Durante essas verificações, nenhum dos pilotos percebeu a configuração incorreta.
Um alarme tocou por causa da pressão do ar que estava baixa, dentro da cabine de comando. E os pilotos não conseguiram identificar o problema, pensando que seria uma pane no ar condicionado.
Bastava girar um botão para que a pressurização fosse acionada. No entanto, o Boeing 737 continuava ganhando altitude sem ser pressurizado.
Meia hora depois de sua decolagem o avião chegou a Atenas e sem conseguir fazer nenhum contato com os órgãos responsáveis. E a aeronave voava em circulo, cumprindo um padrão de espera.
Sem conseguir contato de rádio com os pilotos, dois caças F-16 decolam para verificar de perto o que se passa com o avião da Helios. Até então havia o temor de que se tratasse de um possível sequestro do avião para um ataque terrorista. E eles viram que os passageiros estavam com as máscaras de oxigênio, o co-piloto estava desmaiando e o piloto não estava no seu assento.
A surpresa maior veio quando o comissário Andreas Prodromou entrou na cabine dos pilotos e chegou a acenar para os pilotos dos F-16. Ele foi o único a se manter consciente durante o voo ao utilizar tubos extras de oxigênio. Andreas tinha licença de piloto comercial, mas nenhuma familiaridade com os comandos do Boeing 737. Ele tentou, mas não conseguiu assumir o controle do avião, que seguia voando no piloto automático.
E o avião se manteve no ar por mais duas horas, até que o combustível acabou. O avião inicia uma descida fatal até se chocar nas montanhas da cidade de Maratona, a cerca de 40 quilômetros de Atenas.
A queda do avião da Helios gerou mudanças importantes nos aviões comerciais para evitar que falhas semelhantes voltem a acontecer. No caso de problemas de pressurização durante o voo, há um novo tipo de alarme para não haver dúvidas sobre qual é o problema. A intenção é evitar que mesmo sofrendo com a falta de oxigênio, os pilotos consigam identificar mais rapidamente o problema.