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Segunda, 08 de julho de 2024

Líder do PCC, Marcola, repreende filho em visita e diz que ‘fumar é coisa de mané’

Marcola ainda chega a dizer para filho que não quer que ele se torne bandido como ele.

15 de ago 2022 - 14h:59 Créditos: Mídiamax
Crédito: Reprodução

Uma conversa entre Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e seu filho de 13 anos durante uma visita no parlatório da penitenciária federal de Porto Velho, revelou a preocupação do líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) do filho seguir os seus passos.

A conversa foi gravada em janeiro e divulgada no programa Domingo Espetacular, da Record, nesse domingo (14). Na conversa, Marcola diz ao filho, “fumar é coisa de mané”. Em outro trecho, ele fala que não quer que o filho se torne bandido. 

"Esse negócio de ficar dando tiro de soft nos outros é coisa de bandido", diz ele. "O maior trauma meu é que você siga meus passos", acrescenta. "Você estuda num colégio bom, mora num lugar maravilhoso. Tem roupa bacana, família da hora. Então, qual é a revolta? É porque o pai está aqui?", pergunta Marcola ao filho.

Outra conversa interceptada pelos agentes federais é entre a esposa de Marcola, com o líder do PCC. Na conversa, a mulher se diz preocupada com a possibilidade de Marcos ser assassinado pelos próprios membros da facção.

Mas, Marcola responde: “esses caras são todos meus”. No dia 10 deste mês, a Polícia Federal deflagrou a operação Anjos da Guarda após descoberta de planos de resgate de líderes do PCC das penitenciárias federais do país. 

Planos de resgate descobertos em celular de advogada de MS

Os planos de resgate com códigos foram quebrados em fevereiro de 2021, logo após a advogada de Três Lagoas, presa na operação Anjos da Guarda, sair de uma visita a um de seus clientes, Edras Augusto do Nascimento Júnior, uma das lideranças do PCC, que estava encarcerado na penitenciária federal de Campo Grande.

A advogada de Três Lagoas, que estava com os códigos, foi presa pela Polícia Federal, no dia 10 de agosto, quando da deflagração da operação, que cumpriu três mandados em Mato Grosso do Sul, sendo um de busca e apreensão na Capital e dois em Três Lagoas. 

“Plano 1 – Código STF. Por que não foi feito? Qual a dificuldade em fazer? Já estão monitorando? Do que precisam para fazer? Tem informações internas e externas da unidade.”

“Plano 2 – Sequência – Código STJ. Sequestrar diretor-geral e chefe de segurança. Família deles. Fazer o cativeiro em outro estado. Se o Ciro [Marcola] não sair, elimina. Renato Gomes Vaz – Diretor; Rodrigo Campos Porto – Chefe. Não adianta pegar Depen. Se for preciso pega agente penitenciária de Brasília.”

“Plano 3 – Suicida. Em 8 meses, se o STF e o STJ não for concluído [sic], o Ciro [Marcola] vai executar plano suicida dentro do sistema PF [penitenciário federal]. […] Atenção sócio Tuta, Bulgari, Colorido, Siariba, Maguila, Deva. Durante 10 meses tirou o banho de sol com Ciro [Marcola] e durante esse tempo recebeu instruções para passar aqui fora.[…] O plano do STF e STJ já precisa estar em andamento. Está só aguardando resultado. Bulgari e Ciro pediram atenção nisso. Pediram advogado toda semana para atualizar as informações.”

Outro plano de fuga de Marcola

Em 2014, foi detectado pelo governo paulista o primeiro plano de fuga de Marcola: dois helicópteros blindados, camuflados com as cores das aeronaves da Polícia Militar, pousariam na penitenciária de Presidente Venceslau, no extremo Oeste do estado, com uma cesta de resgate. 

Quatro anos depois, o PCC investiu 100 milhões de reais na contratação de mercenários estrangeiros e na compra de dois helicópteros, lança-mísseis e metralhadoras para invadir a mesma penitenciária do interior paulista – o plano só foi frustrado por ter sido descoberto antes pelo governo de São Paulo. Por conta do plano, Marcola foi transferido para a penitenciária federal de Brasília no início de 2019. O que não impediu que continuasse a tramar sua fuga por meio dos “gravatas”, como o PCC denomina os advogados a serviço da facção.

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