Neste 15 de novembro, o Brasil celebra os 133 anos da Proclamação da República, o ato foi resultado da mobilização do Exército e de republicanos civis contra a monarquia instalada no país desde 1822. O evento ocorreu na atual praça da República, que na época era conhecida como praça da Aclamação em 1889, no Rio de Janeiro.
A expressão “República” surgiu em Roma, para ser mais preciso na Roma antiga com o propósito de significar algo público, ou seja, é a intenção de manifestar uma comunidade política organizada e participativa. A Proclamação da República, então, tem como propósito ser uma ação onde torna-se possível que todos os cidadãos de uma nação participem da escolha de seus representantes políticos.
A Pedagoga, historiadora e Doutora em História Lenir Gomes Ximenes fala que o Brasil era uma monarquia e a partir da proclamação, se tornou uma república. Segundo ela, isso significou uma ruptura na história política, “não trouxe de imediato grandes transformações sociais, porque foi uma mudança muito mais político-administrativa, no entanto bastante importante na história do Brasil”, acrescenta.
A historiadora relembra que o Brasil, no final o século XIX passava por algumas transformações, entre elas, em 1888, a abolição da escravatura e a guerra do Paraguai. Segundo ela, já havia uma crise da monarquia, um dos motivos: O descontentamento de parte da oligarquia rural, principalmente dos cafeicultores, na época um setor bastante importante.
De acordo com a professora, eles se sentiam lesados por conta da abolição da escravatura, um tipo de mão de obra muito utilizada na época. Além da oligarquia rural, havia também um descontentamento por parte dos militares com a monarquia com Dom Pedro II. Segundo a historiadora, eles esperavam um pouco mais de protagonismo político no pós-guerra do Paraguai e acharam então que o monarca não correspondeu a expectativa.
Diante desses grupos descontentes com a atuação de Dom PedroII, a história nos mostra que a união dos dois culminaram na derrubada da Monarquia e por consequência o protagonismo assumido pelos militares. A professora fala que proclamação da república não se tratou de um evento popular do qual a população em peso participou, no entanto foi importante porque inseriu o Brasil no contexto de uma maior modernidade político-administrativa.
Ela explica que o país caminhava para essa modernidade, mas a passos lentos. Ela relembra que, num primeiro momento, essa República foi marcada por bastante autoritarismo, conhecido na época como Reública da espada. Quem esteve a frente foram os Governos dos militares Marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
Depois, surgiu a República Oligárquica, e quem ocupava o poder era a Oligarquia Rural, ou seja, os grandes proprietários de terra, que haviam sido os protagonistas na Proclamação da República. Nessa época já havia às eleições presidenciais, o voto era aberto e pessoas analfabetas não podiam votar, ou seja, não havia uma ampla Participação Popular.
A república surgiu como uma nova forma de organização do poder, e segundo a historiadora foi o primeiro passo para chegarmos a democracia atual. Para ela, os brasileiros têm muito o que celebrar e refletir sobre o que foi alcançado até aqui.