O pecuarista Tadzio Ferreira Matrajt, 36, foi preso na noite desta segunda-feira (13) em Dourados, após bater sua caminhonete Dodge RAM em um Honda FIT. Além de não ter licença para dirigir por estar com a CNH cassada desde 2011, ele estava bêbado.
Segundo boletim de ocorrência, o teste de bafômetro apontou 0,63 mg/l de álcool no sangue, o que configura crime de trânsito. Tadzio ainda tentou fugir do local do acidente, resistiu à abordagem policial e desacatou os policiais militares. Uma amiga que o acompanhava na caminhonete também teria ofendido os PMs quando gravava a prisão do pecuarista e foi levada para a Polícia Civil, mas não ficou presa.
De acordo com a ocorrência policial, o acidente ocorreu no final da tarde no cruzamento das ruas Mato Grosso e Oliveira Marques. Conduzido por uma mulher, o Honda FIT seguia pela Mato Grosso. Tadzio conduzia a RAM 2500 Laramine pela Oliveira Marques e no cruzamento não respeitou a preferencial do outro veículo.
A caminhonete atingiu a lateral do FIT e apesar do impacto, os ocupantes do carro não sofreram ferimentos. A Polícia Militar foi chamada e quando a viatura se aproximava, Tadzio tentou fugir. Abordado a 60 metros do local, segundo a ocorrência, o pecuarista desceu da caminhonete bastante alterado, questionando a abordagem policial.
Conforme o B.O., Tadzio disse aos PMs que deveriam deixá-lo sair dali porque “não devia nada para ninguém”. Em tom de ameaça, se aproximava da equipe gesticulando com as mãos e sempre com os abraços abertos. Os policiais relataram que nesse momento perceberam que o condutor estava bêbado.
Perguntado se havia ingerido bebida alcoólica, ele negou e teria afirmado: “Saiam daqui! Vocês não têm que saber de nada disso”. Foi preciso pedir apoio de outra viatura para controlar a situação.
Conforme o boletim de ocorrência, Tadzio chegou a colocar a mão sobre o coldre da faca que um dos policiais carregava na cintura, momento em que foi dominado e colocado no compartimento traseiro da viatura. Durante a ação, os dois amigos de Tadzio se aproximaram e começaram a gravar o momento em que o pecuarista era colocado na viatura.
Advertidos pelos policiais que os celulares seriam recolhidos momentaneamente, pois neles havia imagens comprovando os ânimos alterados e a resistência por parte do pecuarista, a mulher, identificada como Mayra, teria desacatado um dos policiais, chamando-o de “covarde” e “coitado” e afirmando que ele iria “se lascar!".
Orientada novamente a entregar o celular e acompanhar a equipe, Mayra teria desferido um tapa no ombro de um dos PMs, momento em que foi imobilizada e colocada no banco traseiro da viatura.
Segundo a ocorrência o outro amigo do pecuarista, identificado como Renato, também atrapalhou a equipe no procedimento de condução dos envolvidos, além de tentar empurrar os agentes e colaborando para tumultuar a ação policial. Entretanto, os dois amigos não foram autuados.
Na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), os policiais descobriram que Tadzio Ferreira Matrajt possui antecedente por conduzir veículo sob substância psicoativa que cause dependência e está com sua CNH cassada desde 22 de março de 2011. Os dois celulares, um iPhone 13 Pro Max e um iPhone 13, foram entregues na delegacia. O pecuarista segue preso. A defesa dele ainda não se manifestou.
Beijo à força
Em janeiro deste ano, Tadzio foi denunciado na Polícia Civil por agarrar e tentar beijar na marra a funcionária do Hectares Park & Resort, condomínio de luxo mais caro de Dourados, onde ele tem um terreno. A monitora, de 23 anos, disse que não foi a primeira vez que o homem tentava agarrá-la.
Conforme a vítima, o caso ocorreu entre 19h15 e 19h30 de 29 de janeiro. Ela contou que estava trabalhando na portaria da piscina, sentada numa cadeira, quando Tadzio chegou e a abraçou, tentando beijá-la. A funcionária disse que não tem qualquer conhecimento com o acusado e o repreendeu.
Ela contou que que se esquivou, mas o homem ficou insistindo no abraço e tentando beijá-la por alguns minutos. A vítima narrou que tentou acionar o segurança pelo rádio, mas quando era agarrada pelo condômino, seu rádio caiu no chão. Com dificuldade, ela conseguiu pegar o rádio e chamou o segurança.
Neste momento o autor teria fugido do local. Ela disse na delegacia que a situação causou grande constrangimento, pois diversas pessoas estavam no local. Contou ainda que não tinha sido a primeira vez que o autor tentava agarrá-la, pois, dez dias antes, situação semelhante havia ocorrido quando ele usava o campo de futebol do condomínio sem ter feito reserva.
A monitora contou que na primeira vez comentou o caso com seu superior, mas como o pecuarista estava visivelmente embriagado, resolveu não registrar ocorrência. A vítima pediu medidas protetivas contra Tadzio. Na época, o pecuarista negou as denúncias.