A família da psicóloga Lilya de Sousa Santos registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil denunciando uma troca de bebês na maternidade Dom Orione em Araguaína, norte do Tocantins, na última segunda-feira (13). A prima da mãe, a professora Alane Rodrigues, contou que a troca foi descoberta no dia do parto, após uma enfermeira dizer que o bebê que Lilya havia recebido no quarto era um menino. Só que, na verdade, ela havia dado à luz uma menina.
"Ela está muito abalada, chorando o tempo todo, está em pânico", contou a Alane Rodrigues, descrevendo o sofrimento da prima ao saber que teve a bebê trocada logo após o parto. Segundo ela, na manhã desta quarta-feira (15), foi coletado material genético para realizar exame de DNA. A família registrou boletim de ocorrência.
Em nota, a maternidade confirmou o caso. Disse que "o incidente sobre a troca de pulseiras de identificação dos recém-nascidos já foi prontamente solucionado e as famílias estão recebendo todo amparo assistencial e psicológico necessários".
Alane Rodrigues relatou o nascimento da menina ocorreu por volta de 16h de segunda-feira (13). "Ela começou a fazer pré-natal muito cedo, fez ultrassom, descobriu que era menina. E quando nasceu, os médicos confirmara que era uma bebê e colocou no peito dela. Ela também viu que era uma menina".
A professora conta que, por volta das 17h do mesmo dia, levaram a recém-nascida para a mãe, que amamentou e cuidou da criança. Por volta das 21h, uma enfermeira foi até o quarto para trocar a fralda.
"A enfermeira até brincou: 'Olha que menino bonito'. A minha prima achou estranho e disse que tinha dado à luz a uma menina. A enfermeira insistiu, falando que o nome da Lilya estava na pulseira. Mas minha prima continuou falando que aquele menino não era dela. Aí, a servidora levou a criança", relatou a prima.
Segundo a prima, Lilya ficou em estado de choque após o caso, mas conseguiu ligar para a irmã e relatou a situação. "Minha prima não conseguia movimentar as penas, chorou, desmaiou. Ligou chorando falando que tinham sumido com o bebê dela. Ficou nesse drama por duas horas, sozinha, ninguém foi ao quarto para dar assistência a ela."
Conforme o relato, por volta das 23h, uma servidora foi até o quarto, levou uma bebê e entregou para Lilya. "Ela perguntou: 'Essa aqui é sua filha'? Mas minha prima não soube responder, ela viu a filha por um breve momento após o parto."
Alane conta que a prima, que mora em Nova Olinda, continua no hospital em estado de choque e sem poder receber visitas, por causa das medidas de prevenção ao coronavírus. O marido é caminhoneiro e está viajando. O exame de DNA deve ficar pronto em um prazo de sete dias e neste período a mãe deve continuar no hospital.
A Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado para a 26ª Delegacia de Polícia de Araguaína que será responsável pela investigação. A princípio, a Polícia Civil informou que aguardará o resultado do exame de DNA realizado para dar sequência na investigação, pois o teste vai identificar se a criança é filha biológica ou não da mulher.