Nos próximos dias, a Prefeitura de Campo Grande vai intensificar discussões sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras em unidades de saúde ou locais com grande circulação de pessoas, como é o caso dos ônibus do transporte público.
Atualmente, o uso da máscara é apenas recomendado em Mato Grosso do Sul, com adesão opcional a cada morador. No entanto, aumento de casos e identificação de nova variante, a BQ 1.1, deixou o País novamente em alerta e trouxe à tona discussões sobre a necessidade da proteção contra a covid-19.
Em Campo Grande, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que, “neste momento, não há nenhuma deliberação” sobre o assunto, no entanto, não descarta a possibilidade.
“Nós continuamos recomendando o uso sobretudo para pessoas com comorbidades e que possuam sintomas gripais. Acreditamos que nos próximos dias devem ser intensificadas as discussões quanto a possibilidade de reiterar o uso em ambientes de saúde e de grande circulação de pessoas”, informa nota emitida pela Secretaria.
A reportagem questionou a SES (Secretaria Estadual de Saúde) sobre as tratativas em esfera estadual e aguarda posicionamento.
Covid-19 em MS
Nesta quarta-feira (16), boletim epidemiológico aponta que, na última semana, Mato Grosso do Sul registrou mais 285 novos casos de Covid-19. Com isso, número total de pessoas contaminadas pelo vírus, desde o início da pandemia, é de 582.739.
Durante o mesmo período, dois novos óbitos foram registrados. Ambos são idosos e do sexo masculino, um de 71 anos e outro de 73.
Nova Variante
Por causa do avanço da nova variante da covid-19, o estado de Santa Catarina e algumas cidades do interior de São Paulo voltaram a emitir recomendações sobre o uso da máscara, enquanto outros estados estudam obrigar novamente o uso.
Na semana passada, Mato Grosso do Sul descartou a presença da nova cepa em 69 amostras suspeitas. Na ocasião, o Estado voltou a relembrar sobre a importância da vacinação.
Variante BQ.1: pode existir nova onda em MS?
Apesar do Estado não ter casos da BQ.1 confirmados até o momento, existe a possibilidade de ter nova onda de contágio em Mato Grosso do Sul, assim como ocorreu com demais linhagens da Covid-19.
Segundo a infectologista Mariana Croda (CRM: 5853), da SES, isso acontece devido a inúmeros fatores: pessoas não vacinadas ou com esquema de imunização incompleto, aumentos da circulação de pessoas com festas do fim do ano e afins. Apesar disso, a especialista tranquiliza a população. “Mesmo com uma possível nova onda aqui no Estado, não vai ser na mesma gravidade igual ao passado”, diz.
Nesse sentido, ela ainda pontua que a gravidade da BQ.1 é a mesma das cepas já registradas anteriormente. Então, os grupos de risco continuam os mesmos:
- Imunossuprimidos;
- Pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta;
- Idosos;
- Portadores de doenças crônicas.
“Você aumenta o número de casos, aumenta o número de risco. Por isso, pessoas do grupo de risco podem vir a óbito. Além disso, a maior circulação do vírus permite nova variante e é isso que o Estado deseja suprimir. Afinal, as vacinas não previnem infecção, previnem sintomas graves e óbitos”, ressalta. Dessa forma, medidas individuais são imprescindíveis.