A Justiça Federal em Mato Grosso do Sul decretou a prisão preventiva do piloto de avião André Acosta, 34, detido sábado (10) na pista do aeroclube de Fátima do Sul (a 239 km de Campo Grande) por ligação com o crime organizado.
Ele estava com um avião Embraer modelo EMB-810C, prefixo PT-WKZ. No momento em que foi preso, André afirmou que veio a Mato Grosso do Sul para levar 300 quilos de cocaína para São Paulo, mas ao ser interrogado na delegacia acompanhado por dois advogados, ficou em silêncio.
As licenças do piloto estavam vencidas há quatro anos e desde então ele comandava aeronaves de maneira clandestina. O avião também estava suspenso para operações, segundo a Anac (Agência Nacional de Avião Civil).
Acosta foi autuado em flagrante por associação ao tráfico e por ter praticado atentado à segurança de voo por comandar aeronave com licença vencida e ainda pilotar sob influência de entorpecentes.
Responsável pelas investigações, o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) pediu a preventiva do piloto, acatada pelo Poder Judiciário. Com isso, André Acosta deve ser levado da carceragem da Polícia Civil em Fátima do Sul para o presídio de Jateí.
Proprietária – Comprada em Goiânia (GO), a aeronave está registrada em nome de uma moradora de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Ela já foi ouvida pelos investigadores e alegou nem saber que era proprietária de um avião avaliado em pelo menos R$ 1,2 milhão.
O Dracco investiga se ela foi paga para servir de “laranja' da organização criminosa ou se apenas teve os dados usados pelos traficantes. Segundo os policiais, a mulher não possui condições financeiras de ser dona de um avião.
A prisão – Natural de São Paulo, André Acosta voava a serviço de garimpeiros em Roraima. No sábado (10), ele cortava o espaço aéreo de Mato Grosso do Sul quando foi interceptado por avião Super Tucano da FAB (Força Aérea Brasileira).
Já a par do voo clandestino, o Dracco acionou a Polícia Militar e equipe da Força Tática foi até o aeroclube onde encontrou o avião e o piloto. André Acosta disse aos policiais que havia decolado de Campo Grande com destino à fronteira.
O piloto informou que pousou em Fátima do Sul para reabastecimento e depois levantou voo com destino à fronteira, onde a cocaína seria carregada e depois levada para São Paulo.
Entretanto, interceptado pelos aviões da FAB, ele decolou com urgência antes de pegar a droga e voltou para a pista do aeroclube de Fátima do Sul, onde foi preso.
Durante revista pessoal antes de ser colocado na carceragem da delegacia, os policiais encontraram 15 gramas de maconha nas partes íntimas do piloto. No momento da abordagem, ele disse que receberia R$ 80 mil para levar a carga de cocaína até São Paulo.