Crédito: Mariana Pesquero A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apresentou, nesta terça-feira (16), um balanço das ações de enfrentamento à violência contra a mulher no Estado. Entre os dados destacados, está o aumento de 200% nas prisões em flagrante realizadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) ao longo de 2025.
Apesar do reforço nas medidas repressivas, os números de feminicídio seguem em alta. Somente neste ano, 39 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso do Sul, total que já supera todos os registros de 2024.
De acordo com a delegada titular da Deam, Fernanda Piovano, a unidade enfrentava um grande acúmulo de inquéritos policiais. Em novembro, mais de 1,3 mil procedimentos foram concluídos, enquanto em outubro o número ultrapassou 900. Segundo ela, a delegacia passou a atuar em duas frentes principais: ampliar o número de prisões e acelerar a apuração dos inquéritos.
Para atingir esses objetivos, a delegada defende o reforço do efetivo nas delegacias especializadas e a reorganização dos fluxos de atendimento. Piovano destacou que, atualmente, quase todos os conduzidos são autuados em flagrante, o que resultou em um crescimento expressivo das prisões ao longo do ano.
Nova unidade da Deam
O vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, afirmou que a nova unidade da Deam, inaugurada na região central de Campo Grande, ampliou significativamente o acesso das vítimas. Segundo ele, o número de atendimentos praticamente dobrou desde a mudança de endereço.
Outro dado apresentado foi o crescimento no registro de boletins de ocorrência no Estado, que chegou a 94% em novembro, índice considerado inédito no país.
A delegada Fernanda Piovano explicou que a localização central facilita o deslocamento das vítimas, embora a unidade não concentre serviços de flagrante nem exames periciais, que continuam sendo realizados na Casa da Mulher Brasileira.
Prevenção e educação
Durante o encontro, a secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza, ressaltou a importância da prevenção, especialmente por meio da educação. Ela destacou ações desenvolvidas em escolas estaduais, com a participação de grêmios estudantis, professores e famílias, voltadas à formação de uma cultura sem violência contra a mulher.
Segundo a secretária, o enfrentamento ao feminicídio exige mudanças estruturais e a participação ativa da sociedade, incluindo o engajamento dos homens no combate à violência de gênero.
