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Quinta, 21 de novembro de 2024

Deputado pede ao MPF para obrigar Energisa a suspender protesto de devedor em cartório

Em plena pandemia, presidente da Energisa, Marcelo Vinhaes Monteiro, vem aterrorizando consumidores com proteto em cartório com contas com mais de cinco dias em atraso

17 de jan 2022 - 11h:07 Créditos: O Jacaré-Edivaldo Bitencourt
Crédito: Assessoria

O deputado estadual Paulo Duarte (MDB) acionou o Ministério Público Federal para ingressar com ação na Justiça para obrigar a Energisa a suspender o protesto em cartório dos consumidores com contas em atraso em Mato Grosso do Sul. Ele também pede que a empresa cancele todos os protestos, porque a medida é “abusiva” e não tem amparo legal na Resolução 1.000 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nem no contrato de prestação de serviço.

“Em razão de atraso no pagamento da fatura de Energia Elétrica, a concessionária está procedendo à interrupção do fornecimento de energia, aplicando multa e juros de mora e como se não bastasse está realizando protesto em cartório da fatura. Os protestos em cartório estão causando perplexidade e revolta, deixando os clientes indignados com a prática abusiva com que a concessionária vem agindo”, argumentou o deputado na petição protocolada no dia 10 deste mês.

“Ao realizar o protesto, a representada aciona até três cartórios e o consumidor que já se encontra com a dívida de consumo de energia tem que pagar aproximadamente R$ 100,00 (cem reais) em cada cartório para retirar o nome protestado”, lamentou.

O superintendente do Procon, Marcelo Salomão, notificou a concessionária para suspender o envio das contas em atraso para protesto em cartório, mas a recomendação foi ignorada. De acordo com a Energisa, ela tem amparo legal para manter a política de negativação do crédito dos clientes.

“O protesto em cartório não encontra amparo na resolução 1.000 da ANEEL e nem tampouco no contrato de prestação de serviço. Não há previsão que autorize a concessionária a adotar procedimento tão abusivo”, alertou Duarte.

Em seguida, ele cita programa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) que vai pagar a conta de luz de 141 mil famílias por 14 meses, deste mês até o início de 2023. “Por meio da Lei Estadual 5.808/2021, o governo do Estado realizará o pagamento das faturas de consumo de energia elétrica de até 220kWh, por 14 meses e, de acordo com estimativa, atenderá mais de 141.000 famílias, que serão retiradas do grupo de inadimplentes. Desta forma, a concessionária que, de forma abusiva, protesta fatura de energia elétrica, sem previsão em Resolução da ANEEL, acarretando aumento de gastos aos consumidores sul-mato-grossense, será beneficiada com a medida adotada pelo estado”, pontuou.

“Sem previsão em Resolução da ANEEL, a representada vem penalizando o consumidor com protesto da fatura em atraso. Esse protesto por atraso no pagamento da conta de energia elétrica dos consumidores é abusivo sob vários aspectos, principalmente porque a ANEEL somente, autoriza que no caso de atraso no pagamento da fatura de energia elétrica a representada aplique multa, juros de mora e interrupção do fornecimento de energia elétrica”, destacou.

Paulo Duarte pede que a Procuradoria da República no Estado ingresse com ação civil pública contra a concessionária para obriga-la a cancelar a medida classificada pelos críticos como desumana e abusiva. O envio para protesto está ocorrendo com contas com apenas cinco dias de atraso.

Conforme a Aneel, a empresa só pode cobrar juros e multa das contas em atraso. Além disso, a Energisa tem uma arma poderosíssima para obrigar o consumidor a quitar a conta, em caso de inadimplência, ela pode suspender o fornecimento de luz.

Apesar da taxa de inadimplência ser baixíssima, apesar da pandemia, em torno de 1,52% no Estado, a Energisa alega que o protesto em cartório tem o objetivo de combater o atraso no pagamento e que o atraso impacta na tarifa.

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