Menu
Sábado, 19 de outubro de 2024

Preso desde sábado, Anderson Torres ainda não prestou depoimento

Preso desde sábado, Anderson Torres ainda não prestou depoimento

17 de jan 2023 - 09h:32 Créditos: R7
Crédito: DIVULGAÇÃO/SSP-DF

O ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres foi preso na manhã de sábado (14) e ainda não prestou depoimento sobre a suposta omissão em relação aos atos de vandalismo que terminaram com a depredação das sedes dos Três Poderes da República. Torres pode ser transferido para a Papudinha, ala especial no Complexo da Papuda para acomodar militares e policiais, após a declaração para a polícia. 

Por questões de segurança, é possível que a oitiva seja realizada no 4º Batalhão da Polícia Militar, onde Torres está preso desde sábado e permaneceu após decisão em audiência de custódia. O ex-ministro pode ser ouvido, ainda, na Superintendência da Polícia Federal, e, em seguida, ser encaminhado para a Papudinha. O trâmite é sigiloso. 

O depoimento é um dos momentos mais aguardados desde a prisão e aguarda instruções do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF terá que esclarecer o motivo pelo qual não estava no Brasil durante as manifestações de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso. 

Torres viajou aos Estados Unidos dias antes do ataque aos prédios públicos e deixou a capital federal sem o comando das forças de segurança. A viagem ocorreu antes do seu período de férias. No Diário Oficial, a folga estava programada para começar em 9 de fevereiro, um dia depois dos atos.

Minuta

O interrogatório também deve explorar a descoberta de uma minuta (um rascunho) de um decreto que tentaria mudar o resultado da eleição. O documento foi achado durante a busca e apreensão realizada na casa do ex-ministro pela Polícia Federal. Torres postou nas redes sociais a confirmação do texto, mas disse que ele foi vazado fora de contexto, o que ajudou a "alimentar narrativas falaciosas

O ex-ministro não esclareceu, no entanto, de quem seria a autoria da minuta, que leva o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que não estava assinada. "No cargo de ministro da Justiça, deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição o discernimento para entender o que efetivamente contribui para o Brasil", adiantou Torres, e completou que o documento seria descartado.  

Aliados de Bolsonaro temem que o depoimento recaia negativamente no ex-presidente. O STF incluiu Bolsonaro nas investigações sobre os atos de vandalismo que ocorreram em Brasília. O pedido foi aceito pela Procuradoria-Geral da República e por Moraes.

A Polícia Federal se movimenta para recuperar o celular de Torres e encaminhá-lo para perícia. O ex-ministro chegou a Brasília sem portar o aparelho. A reportagem apurou que os investigadores querem solicitar auxílio da Interpol para tentar localizar o aparelho em solo americano. 

Deixe um comentário


Leia Também

Veja mais Notícias