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Quarta, 03 de julho de 2024

Temporal em Petrópolis deixa 108 mortos e novo deslizamento gera evacuação de área

Dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 de homens. Desses, 13 são menores. Ao todo, 33 corpos foram identificados.

17 de fev 2022 - 14h:38 Créditos: G1
Crédito: G1

O número de mortos em Petrópolis após a tempestade de terça (15) chegou a 108 até as 13h desta quinta-feira (17). Dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 de homens. Desses, 13 são menores. Ao todo, 33 corpos foram identificados. Veja quem são algumas das vítimas já reconhecidas.

Uma chuva rápida voltou a atingir a cidade por volta das 13h30. Vinte minutos depois, o tempo reabriu.

Também nesta tarde, um novo deslizamento provocou a evacuação do bairro 24 de Maio. Uma moradora contou que uma barreira passou a um palmo da casa dela.


Segundo a Polícia Civil, foram feitos 134 registros de desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados. Cerca de 500 bombeiros trabalham nas buscas aos desaparecidos.

Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, 24 pessoas foram resgatadas com vida e 705 pessoas foram encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados na cidade em escolas da rede público municipal.

Entre os sobreviventes, os rodoviários que trabalhavam nos dois ônibus que foram arrastados para dentro do rio Quitandinha conseguiram sair dos veículos com vida. A informação foi divulgada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro) nesta quinta-feira (17).

Homem é visto em meio a escombros após tragédia em Petrópolis — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Homem é visto em meio a escombros após tragédia em Petrópolis — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Rastro da devastação causada pela chuva no Morro da Oficina, no Alto da Serra, em Petrópolis — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Rastro da devastação causada pela chuva no Morro da Oficina, no Alto da Serra, em Petrópolis — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta, permanece muito alta a possibilidade de ocorrência de eventos de movimentos de massa na Região Serrana do Rio, especialmente em Petrópolis.

Ainda de acordo com o Cemaden, estes fatores indicam um elevado nível de umidade do solo que pode favorecer a ocorrência de deslizamentos de terra mesmo na ausência de chuva.

Na manhã desta quinta, foram publicadas duas medidas no Diário Oficial do Rio de Janeiro para ajudar o município. O pagamento do IPVA e do ICMS foram prorrogados para o segundo semestre e a Alerj vai repassar R$ 30 milhões para a prefeitura de Petrópolis.

O governador Cláudio Castro (PL) está na cidade da Região Serrana, onde concedeu uma coletiva ao lado do prefeito Rubens Bomtempo e do secretário de Estado de Defesa Civil, Leandro Monteiro.


"Foi a pior chuva desde 1932. Realmente, foram 240 milímetros em coisa de duas horas. Foi uma chuva altamente extraordinária", atualizou o governador.


Segundo Castro, o temporal em Petrópolis uniu 'tragédia histórica' e 'déficit que realmente existe'.

A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento às vítimas. Quem tiver parentes desaparecidos deve procurar a delegacia.

A Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada a qualquer momento no município nesta quarta (veja no vídeo abaixo). Em caso de emergência, o telefone 199 está disponível.

Logo cedo nesta quarta-feira, era possível ver o tamanho da devastação — embora, em muitos locais, fosse difícil distinguir o que era casa, o que era terra ou o que era rua.

Morros vieram abaixo, carregando pedras do tamanho de carros; veículos ficaram empilhados com a força da correnteza; vias importantes foram bloqueadas, dificultando o acesso aos desabrigados.

Corpo sendo retirado, na manhã desta quarta (16), da barreira que atingiu o Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Alexandre Kapiche/g1

Corpo sendo retirado, na manhã desta quarta (16), da barreira que atingiu o Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Alexandre Kapiche/g1

O Alto da Serra foi uma das localidades mais devastadas. A prefeitura estima que pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no Morro da Oficina. Um vídeo mostrou o momento da queda.

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Outras regiões também foram atingidas, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Washington Luiz e Coronel Veiga.


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A busca por sobreviventes em meio ao soterramento no Morro da Oficina seguiu intensa ao longo da madrugada e contou com a ajuda de moradores e equipes dos Bombeiros, Exército e Defesa Civil.

Agentes das secretarias de Obras, de Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação, além da Comdep e CPTrans também atuavam no atendimento da população e recuperação da cidade.


“Orientamos a população que ao sinal de qualquer instabilidade nas áreas em que residem, que procure o ponto de apoio e nos acionem”, destacou o secretário de Defesa Civil, o tenente-coronel Gil Kempers.



Desaparecidos


Lista de desaparecidos, segundo o MP — Foto: Reprodução

Lista de desaparecidos, segundo o MP — Foto: Reprodução

Em nota, a Polícia Civil informou que montou uma Força-Tarefa em Petrópolis. Cerca de 200 policiais, entre peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia, servidores de cartório e de diversas delegacias da Região Serrana atuam no apoio terrestre e aéreo no município.

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) fará contato e atendimento especializado aos que buscam informações de desaparecidos e boletins de ocorrência. Até o momento, 134 registros de desaparecimento foram feitos.

As informações sobre desaparecidos são recebidas pelos canais de comunicação do PLID:



Bombeiros e voluntários trabalham à procura de desparecidos nos deslizamentos de terra de Petrópolis — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Bombeiros e voluntários trabalham à procura de desparecidos nos deslizamentos de terra de Petrópolis — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Carro levado pela enxurrada da tempestade de terça-feira (15), em Petrópolis, segue escorado numa ponte — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Carro levado pela enxurrada da tempestade de terça-feira (15), em Petrópolis, segue escorado numa ponte — Foto: Marcos Serra Lima/g1

A Prefeitura abriu todos os pontos de apoio para o acolhimento da população de área de risco.

Em geral, essas estruturas funcionam em escolas e neste momento, há atendimentos nas localidades do Centro, São Sebastião, Vila Felipe, Alto Independência, Bingen, Dr. Thouzete e Chácara Flora.


Esses locais recebem doações e abrigam desalojados:


  • Centro de Educação Infantil Chiquinha Rolla
  • Escola Estadual Augusto Meschick
  • Escola Municipal Alto Independência
  • Escola Municipal Ana Mohammad
  • Escola Municipal Doutor Paula Buarque
  • Escola Municipal Doutor Rubens de Castro Bomtempo
  • Escola Municipal Duque de Caxias
  • Escola Municipal Governador Marcello Alencar
  • Escola Municipal Odette Fonseca
  • Escola Municipal Papa João Paulo II
  • Escola Municipal Rosalina Nicolay
  • Escola Municipal Stefan Zweig
  • Escola Paroquial da Igreja Bom Jesus
  • Quadra do Boa Esperança Futebol Clube
  • Paróquia São Paulo Apóstolo no bairro de Copacabana

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