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Sexta, 22 de novembro de 2024

Dólar cai abaixo de R$ 5 com otimismo sobre retirada de restrições na China

Fim de lockdowns permitira que economia chinesa acelerasse, reduzindo temores sobre recessão global

17 de mai 2022 - 09h:42 Créditos: CNN Brasil
Crédito: Imagem Ilustrativa

O dólar caía 1,32%, cotado a R$ 4,984, por volta das 9h20 desta terça-feira (17), seguindo o desempenho no exterior em meio a um otimismo do mercado sobre um possível fim nos lockdowns na China ao longo das próximas semanas.

Em Xangai, polo econômico do país, a previsão é encerrar as restrições até o fim de maio, com autoridades afirmando que o novo surto de Covid-19 foi controlado. A reabertura permitiria uma recuperação da economia chinesa, retomando níveis de produção e de exportação e importação, e reduzindo o risco de uma recessão global.

A retomada favorece em especial países fornecedores de matérias-primas para a China. É o caso do Brasil, que é um grande exportador de commodities, entre elas o minério de ferro, e que tende a ser beneficiado pela alta nos preços desses produtos conforme a demanda chinesa aumenta.

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Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022.

Na segunda-feira (16), o dólar recuou 0,14%, a R$ 5,050. Já o Ibovespa teve alta de 1,22%, aos 108.232,74 pontos.

Pessimismo global

O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentaram as projeções de uma forte desaceleração econômica, prejudicando os mercados.

O crescimento das exportações chinesas chegou a desacelerar a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações econômicas.

Efeitos no real

Retornando aos R$ 5, o dólar reverteu parte dos ganhos que o real obteve nos primeiros meses do ano devido a uma combinação de fatores que influenciaram no fluxo de compra e venda da moeda.

Ao CNN Brasil Business, especialistas associaram essa valorização recente a dois principais fatores: a perspectiva de altas maiores de juros nos Estados Unidos e os temores em relação aos lockdowns estabelecidos em uma série de cidades economicamente relevantes na China.

Os juros norte-americanos maiores tendem a atrair investimentos para o mercado de títulos do Tesouro do país, retirando capital de mercados considerados mais arriscados que o dos Estados Unidos, caso do Brasil.

Já as medidas de controle de disseminação da Covid-19 na China, que afetam cidades como Xangai e Pequim, tendem a reduzir a demanda da segunda maior economia do mundo por commodities, prejudicando seus principais fornecedores, entre eles o Brasil, e influenciando negativamente nos preços desses produtos.

Entretanto, com a perspectiva de que essas restrições devem ser retiradas entre maio e junho, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltaria a favorecer exportadores de commodities e a aliviar uma parte das pressões sobre o real.

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