O escritório da Uber, localizado no Pátio Central Shopping, em Campo Grande, foi fechado pelas equipes da Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS), Procon Municipal de Campo Grande (Procon-CG) e da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon-MS), durante a operação “viagem cancelada”.
A 43ª Promotoria de Justiça de Campo Grande determinou a interdição do escritório de atendimento da Uber do Brasil Tecnologia Ltda por tempo indeterminado.
Cancelamento de corridas, insatisfação de clientes e inexistência de alvará de funcionamento/localização motivaram a suspensão dos serviços da empresa.
Pesquisa realizada pelo Procon-CG aponta que de 354 entrevistados, apenas 25,4% se mostraram satisfeitos com os serviços prestados pela Uber.
A situação só será regularizada quando a empresa regulamentar e normalizar o alvará de funcionamento/localização por meio de documentos.
O escritório atende apenas motoristas credenciados e não recebe demandas ou reclamações de clientes insatisfeitos e prejudicados.
A assessoria de imprensa da Uber afirmou ao Correio do Estado que o 'Espaço Uber' é um local exclusivo de atendimento ao motorista parceiro.
"O local, portanto, não é destinado ao atendimento de consumidores, que dispõem, como sempre, de canais de contato com a empresa que funcionam 24 horas por dia, como o próprio aplicativo ou o site".
Em relação a inexistência de alvará de funcionamento/localização, a empresa ressaltou que os documentos da unidade de Campo Grande estão em dia.
"O alvará de localização e funcionamento da unidade em Campo Grande está regularizado e irá responder os esclarecimentos solicitados pelos órgãos competentes".
A empresa esclareceu que motoristas que cancelarem corridas de maneira constante serão punidos.
"Cancelamentos excessivos, porém, representam abuso do recurso e configuram mau uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas. A Uber tem equipes e tecnologias próprias que revisam constantemente os cancelamentos para identificar suspeitas de violação ao Código da Comunidade e, caso sejam comprovadas, banir as contas envolvidas".
"Na Uber, o motorista é totalmente livre para decidir quais solicitações de viagem aceitar e quais recusar. A conexão entre parceiro e usuário - quando nome, modelo e placa do carro são compartilhados e o usuário recebe a confirmação de que o motorista está a caminho - só ocorre depois do motorista ter conferido as informações da solicitação (tempo, distância, destino etc.) e decidido aceitar a realização da viagem".
O presidente do sindicato dos motoristas de aplicativo (Aplic-MS), Paulo Pinheiro, disse ao Correio do Estado que defende o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) presencial, com escritório de atendimento exclusivo ao cliente, para atender reclamações de passageiros.
"Já passou da hora dessas empresas colocarem escritório de atendimento exclusivo ao cliente. A Aplic-MS exige de imediato que a empresa implante o SAC somente para atender reclamação de passageiros e orientação aos motoristas, isso é algo de extrema necessidade que a gente pediu desde 2017. Tem que ser de livre acesso e boa localização para a nossa população.".
Existem oito mil motoristas de aplicativo -de diversas empresas- em Campo Grande e 14 mil em Mato Grosso do Sul circulando por 16 municípios.
Alguns dos municípios que contemplam corridas por aplicativo são Corumbá, Ponta Porã, Dourados, Três Lagoas e Rio Brilhante.
Escândalo
A Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS) emitiu alerta à população sul-mato-grossense a respeito do “golpe do cheiro”, que é quando motoristas de aplicativo tentam dopar passageiros com produtos químicos, de forte odor, durante corridas.
Usuários de outros estados brasileiros compartilharam nas redes sociais que sentiram forte cheiro de gás durante o trajeto.
O presidente do sindicato dos motoristas de aplicativo (Aplic-MS), Paulo Pinheiro, afirmou ao Correio do Estado que, até o momento, não há casos do "golpe do cheiro" em Mato Grosso do Sul.
O perfume inalado contém substâncias psicoativas, como éter, clorofórmio ou etanol, ou até mesmo as três substâncias juntas.
As mulheres são as principais vítimas. A armadilha pode ser estratégia de criminosos.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) investiga quatro denúncias de abuso sexual contra mulheres praticados por motoristas de aplicativo.
Um rapaz foi preso em 9 de junho de 2022 após abusar sexualmente de três mulheres, conforme noticiado pelo reportagem.
De acordo com as vítimas, o rapaz desviava do caminho programado e circulava por locais desertos.
Segundo a delegada Ana Luiza Noriler da Silva Carneiro, são três plataformas de corrida de aplicativo que envolvem o autor do crime.
No início desta semana, outra denúncia de abuso sexual, que envolve motorista de aplicativo contra uma passageira, foi registrada em boletim de ocorrência.