Policial militar, Israel Giron Arguelho Carvalho, de 30 anos, que foi preso suspeito de sequestrar e estuprar uma frentista, foi encontrado morto nesta terça-feira (17), na casa em que morava em Campo Grande(MS).
A advogada de Israel, Alana Oliveira Mattos Boiko de Figueiredo, disse que ele estava afastado da função e fazia acompanhamento psicológico. O militar foi encontrado com um tiro na cabeça, fato que indica suicídio.
“Tudo indica que sim. Ainda ontem eu estive com ele. Desde a prisão ele estava confuso. Não entendia o porquê da acusação”, afirmou.
Em 8 de agosto deste ano, uma frentista, de 24 anos, procurou a polícia e relatou que foi sequestrada, estuprada e ameaçada de morte quando voltava para casa após o trabalho. O crime aconteceu no bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande, próximo a BR-163.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima voltava andando para casa quando foi abordada pelo suspeito, que estava em um carro branco e armado.
A Deam fica lotada na Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande — Foto: Sejusp-MS/Divulgação
Cinco dias depois do crime, Israel foi preso. O policial, que sempre negou a autoria do crime, permaneceu em cárcere até setembro, quando conseguiu liberdade.
“Ele não entendia a acusação, precisou de intervenção psicológica com uso de medicação e acompanhamento semanal”, disse a advogada. Ela relatou não saber qual foi o gatilho que o induziu ao suicídio, já que, segundo ela, o andamento processual “estava caminhando bem”.
O crime
Para a polícia, a vítima relatou que o homem a obrigou entrar no carro, a levou até um lugar desconhecido e a estuprou. Ainda em depoimento, a mulher descreveu que foi ameaçada de morte o tempo todo pelo suspeito, que manteve a arma em sua cabeça.
Depois do crime, a mulher foi abandonada no local e o suspeito fugiu. Ainda conforme o boletim de ocorrência, a frentista conseguiu anotar a placa do veículo do suspeito e ligou para o chefe do posto de gasolina, que acionou a polícia.
O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento às Mulheres (Deam) na capital.
Israel era soldado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o esquadrão de elite da Polícia Militar.
De acordo com as delegadas que investigavam o caso, o PM usou uma arma funcional para ameaçar a vítima de morte durante as sequências de abuso. Devido a prisão, Israel foi afastado do batalhão por “inconveniência de permanência” e posto à disposição do comando geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.