A Polícia Federal aponta 4 suspeitos que integram a equipe do prefeito Marcelo Iunes, como integrantes de suposto esquema para compra de votos durante a eleição de 2020 em Corumbá (MS).
De acordo com MS Notícias, a Justiça quebrou o sigilo dos investigados, entre eles o próprio prefeito. Também são alvos vereadores que concorreram e até nomes do Legislativo que acabaram eleitos.
Segundo a PF, um dos integrantes do esquema é um servidor público que saía do diretório executivo do PSDB, local onde foi montado o comitê de Iunes em 2020. Com o indivíduo, a PF diz ter encontrado uma lista de nomes e cópias de títulos eleitorais, cada uma envolta em R$ 250, indicando também no papel os bairros onde cada quantia deveria ser entregue. Os investigadores acreditam que os valores seriam usados para comprar votos.
Flagrado, de acordo com os autos, o homem tentou desfazer-se de um aparelho celular quando era conduzido à sede da PF. Porém, os agentes impediram a ação. Questionado sobre os valores, o suspeito disse que era para uma reforma em sua casa, no entanto, quando perguntado qual era a quantia total que levava, o indivíduo não soube precisar.
Aos investigadores, o suspeito alegou que trabalhava na campanha de forma voluntária. O Site Folha MS diz que ele estaria usando o horário que deveria estar atuando no cargo de servidor público, para atuar na campanha.
Além do suspeito flagrado na ação, a PF indica que outros 3 servidores da prefeitura corumbaense estariam agindo em trâmites de concessão de privilégios junto à Central de Regulação, conhecida como “Casa Verde” ao acesso de exames, consultas médicas e até vaga para internação na Santa Casa de Corumbá.
Depois da prisão do servidor e de a PF conseguir na Justiça a quebra do sigilo telefônico, uma operação foi deflagrada: “Mercês”.
A polícia diz que suspeita de compra de votos saltou para status de uma organização criminosa, que se utiliza da máquina pública para beneficiar pacientes em busca de tratamento médico, fornecendo a eles, acesso privilegiado ao atendimento público de saúde, em troca de fidelidade eleitoral aos candidatos que fazem parte de uma base política e que atuam em favor do atual administrador municipal.
O termo “mercês”, que dá nome a operação, vem do latim e sintetiza o modo de funcionamento da prática eleitoreira clientelismo, esquema observado na investigação.