Crédito: TV Globo Uma operação do Departamento de Investigação sobre Entorpecentes (Denarc) revelou cerca de 40 quilos de “cocaína negra” escondidos em fundos falsos de móveis e quadros dentro de uma mansão de luxo no bairro Ponta Negra, área nobre de Manaus. A droga, uma variação modificada quimicamente para não ser identificada por cães farejadores nem por testes rápidos, estava camuflada em um imóvel que funcionava como base de armazenamento e distribuição.
A residência, equipada com campo de futebol e heliporto, já havia sido alvo de abordagem em 17 de outubro, quando os policiais encontraram 16 kg de cocaína tradicional e um caderno com anotações sobre cargas maiores. No material, agentes localizaram registros que citavam “40 quilos” escondidos em “cadeiras e quadros”, o que levou a uma nova busca.
Apesar do uso de cães treinados, nada foi detectado inicialmente, reforçando o alto nível de sofisticação do esquema. A droga só foi encontrada após inspeção manual dos móveis. Os testes preliminares deram negativo, mas análises detalhadas confirmaram que se tratava de cocaína processada — a chamada cocaína negra.
Segundo o delegado-geral Bruno Fraga, o método usado eleva consideravelmente o valor do produto, que pode custar até dez vezes mais do que a droga comum, e tem origem no Peru. A investigação aponta que o carregamento teria como destino final a Austrália, via rota fluvial do Solimões — corredor historicamente usado pelo tráfico.
A polícia prendeu o casal de caseiros, ambos peruanos, que trabalhavam no local. A proprietária da mansão, Liege Aurora Pinto da Cruz, de 74 anos, também peruana, estava fora do país no dia da operação. Ela afirmou, por meio da defesa, que está à disposição da polícia e que frequentava o imóvel apenas esporadicamente, alegando que o anexo onde a droga foi encontrada é destinado ao caseiro.
