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Terça, 18 de novembro de 2025

Primeiras evidências de dinossauros na Amazônia são descobertas em Roraima

Pegadas fossilizadas revelam a presença de raptores, ornitópodes e xireóforos

17 de nov 2025 - 10h:39 Créditos: Agência Brasil
Crédito: Agência Brasil

Pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) encontraram, pela primeira vez, indícios de que dinossauros habitaram a região amazônica há mais de 103 milhões de anos. As evidências vêm de mais de dez pegadas da era jurássico-cretácea, localizadas na Bacia do Tacutu, em Bonfim, no norte de Roraima.

Embora não seja possível identificar exatamente quais espécies deixaram os rastros, os cientistas conseguiram determinar que grupos como raptores, ornitópodes (bípedes e herbívoros) e xireóforos (dinossauros com armadura óssea) circulavam pela região.

 

Desafios da pesquisa na Amazônia

 

A preservação de fósseis na Amazônia é rara, devido ao desgaste natural das rochas causado pelo intemperismo. Segundo o pesquisador Lucas Barros, que conduziu o estudo, a formação de pegadas fossilizadas depende de ambientes úmidos, como vales e margens de rios, onde a lama endurece e, com o soterramento, se transforma em rocha resistente à erosão.

A presença de pequenas manchas de cerrado na Bacia do Tacutu também favoreceu a conservação das pegadas, além de permitir a identificação de troncos fossilizados, folhas e fósseis de invertebrados.

 

11 anos de pesquisa até a confirmação

 

As pegadas foram inicialmente encontradas em 2014 por alunos de geologia da UFRR, sob supervisão do professor Vladimir Souza, mas o estudo foi engavetado devido à falta de especialistas e equipamentos em paleoecologia. Em 2021, o projeto foi retomado por Barros, em colaboração com o professor Felipe Pinheiro, da Unipampa, transformando o material em tese de mestrado.

A análise das pegadas utilizou fotogrametria, criando modelos 3D de alta precisão, permitindo o mapeamento de novos afloramentos e a descrição detalhada dos icnofósseis.

 

Próximos passos

 

Barros estima que existam centenas de pegadas na Bacia do Tacutu. Atualmente, ele pesquisa rastros localizados na terra indígena Jabuti, onde já foram identificadas quatro áreas com relevância científica.

No entanto, muitas pegadas estão em terras privadas, dificultando o estudo. Alguns proprietários temem que novas pesquisas levem à demarcação de terras ou à desapropriação sem indenização adequada.

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