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Terça, 18 de novembro de 2025

TCE-PI aponta superfaturamento em contrato de R$ 11 milhões com empresa ligada a Whindersson Nunes

Pagamento por kits não entregues e serviços antecipados geram risco de prejuízo aos cofres públicos

17 de nov 2025 - 11h:09 Créditos: Redação
Crédito: Reprodução

Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) identificou indícios de superfaturamento, direcionamento de licitação e risco de prejuízo ao erário em contrato da Secretaria de Educação com a TRON Robótica Educacional, que tem o humorista Whindersson Nunes como um dos principais divulgadores.

O contrato, firmado em agosto de 2023 por dispensa de licitação, previa o fornecimento de kits de robótica, materiais pedagógicos e formação de professores para escolas da rede estadual. Inicialmente orçado em R$ 4,9 milhões, o valor subiu para R$ 11 milhões, com vigência até agosto de 2026.

 

Problemas identificados pela auditoria

 

O TCE destacou que R$ 2,915 milhões foram pagos por 15 mil kits pedagógicos que não foram entregues, nem em versão física, nem digital. Além disso, R$ 949,9 mil foram repassados antecipadamente por serviços de consultoria ainda não prestados, prática que pode configurar dano ao erário.

Outro ponto crítico apontado pelo tribunal foi que a dispensa de licitação foi baseada em documentos fornecidos pela própria empresa, sugerindo possível direcionamento para beneficiar a TRON.

 

Posição de Whindersson Nunes e da Secretaria

 

Embora Whindersson não seja sócio registrado da TRON no contrato do Piauí, ele já se apresentou publicamente como parceiro ou embaixador da marca. A defesa do influenciador afirma que ele atua apenas como embaixador da empresa em acordo de mídia (“media for equity”), sem participação na gestão ou execução do contrato.

A Secretaria de Educação do Piauí afirmou que ainda não foi notificada oficialmente, mas que prestará todos os esclarecimentos necessários. A pasta ressaltou que o estado é referência nacional em escolas de tempo integral e ensino de robótica e inteligência artificial, e que o programa segue em execução com projetos premiados por alunos.

 

Próximos passos

 

O TCE-PI recomendou a responsabilização do secretário de Educação, superintendente da pasta, dois fiscais do contrato e da própria TRON, representada por Duana Souza Cunha. O processo está sob relatoria da conselheira Flora Izabel Rodrigues, e ainda aguarda julgamento de mérito e eventuais penalidades.

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