Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram, pela primeira vez no Brasil, o novo subclado K do vírus influenza A (H3N2). A variante está sob monitoramento de autoridades de saúde internacionais e representa uma ramificação genética de um dos principais vírus causadores da gripe.
De acordo com o médico infectologista Julio Croda, por se tratar de uma variação da influenza, os riscos são semelhantes aos já conhecidos. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades continuam sendo os grupos mais vulneráveis, com maior chance de evolução para quadros graves e necessidade de hospitalização.
Embora o país esteja fora do período sazonal da gripe, o vírus já apresenta circulação, especialmente na Região Norte, seguindo um padrão semelhante ao observado no hemisfério norte. A expectativa é de que essa variação se torne mais frequente no Brasil durante o próximo inverno.
O especialista reforça a importância da preparação do sistema de saúde, com ampliação da cobertura vacinal e estrutura adequada para atendimento. As campanhas de vacinação contra a gripe devem começar entre março e abril, período considerado estratégico para reduzir impactos da doença.
Além das ações institucionais, Croda destaca que a população também deve adotar medidas preventivas, como uso de máscara e evitar ambientes com aglomeração, especialmente pessoas que fazem parte dos grupos de risco.
A vacina contra a gripe disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) contém o componente H3N2, mas, segundo o infectologista, apresenta menor eficácia contra esse novo subclado. Ainda assim, o imunizante pode ajudar a reduzir casos graves e internações, mesmo sem impedir totalmente a transmissão.



