A Polícia Federal reuniu documentos que confirmam uma viagem internacional realizada por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os registros apontam que ambos viajaram em primeira classe no voo JJ-8148 da Latam, que partiu do Aeroporto de Guarulhos com destino a Lisboa, no dia 8 de novembro do ano passado.
Segundo a documentação obtida pela PF, os dois constavam na lista de passageiros do mesmo voo, inclusive com a identificação dos assentos ocupados. As informações reforçam trecho do depoimento prestado por Edson Claro, ex-funcionário de Antunes, que relatou à Polícia Federal a realização da viagem a Portugal.
No início do mês, parlamentares governistas conseguiram barrar, na CPMI do INSS, um pedido para que a Latam fornecesse oficialmente a lista de passageiros do voo. Apesar disso, a Polícia Federal obteve os dados por outros meios no curso das investigações.
Ainda conforme o depoimento de Edson Claro, essa não teria sido a única viagem feita por Lulinha com o empresário. O ex-funcionário também afirmou que Antunes arcava com os custos das viagens e relatou supostos repasses financeiros ao filho do presidente, informações que seguem sob apuração.
O caso integra as investigações conhecidas como “Farra do INSS”, que apuram possíveis irregularidades envolvendo contratos e intermediações. Nesta segunda-feira (15), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que não pode comentar detalhes do caso por se tratar de investigação em sigilo, mas reconheceu a existência de apurações em andamento.
Atualmente, Lulinha reside em Madri, na Espanha. A mudança ocorreu em meio à instalação da CPMI do INSS, fato que levantou questionamentos por parte de parlamentares da oposição.
Procuradas, as defesas dos citados não se manifestaram. A defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes informou que ainda não teve acesso aos autos. Já Lulinha, segundo apurado, ainda não constituiu advogado. Pessoas próximas a ele afirmam que pretende retornar ao Brasil no fim do ano e contestar judicialmente associações de seu nome às investigações.



