Após o site Diário MS News publicar no último dia 14 de janeiro a denúncia do ex-assessor especial da Segov (Secretaria Municipal de Governo), Elenilton Dutra de Andrade, de que a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) exonerou ontem (17/01) Vinicius Barcelos de Avelar, filho do vereador Roberto de Avelar (PSD), mais conhecido como “Beto Avelar”, do cargo de assessor-executivo nível II, símbolo DCA-3, que atuava no gabinete da prefeita.
O fato curioso é que o filho do parlamentar, que integra a base de apoio e é líder da chefe do Executivo municipal na Câmara de Vereadores da Capital, tinha sido nomeado para o cargo no dia 11 de janeiro deste ano, ou seja, seis dias depois a prefeita manda embora justamente depois de a denúncia vir a público no Diário MS News.
Sectur
Apesar de exonerar o filho do vereador Beto Avelar, a prefeita Adriane Lopes publicou, na mesma edição do Diogrande, a nomeação de Mara Bethânia Gurgel para a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) de Campo Grande. Ela foi exonerada do cargo de adjunta da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), porém, o problema é que a nova titular da Sectur é suspeita de ser funcionária “fantasma” na gestão passada.
Ela tinha sido exonerada em 2018 da Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais por ser flagrada em outras atividades no horário de serviço. O caso virou denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) e, na época, Mara Gurgel recebia salário de aproximadamente R$ 10 mil, mas foi fotografada em diferentes locais durante horário de expediente, como academia e salão de beleza de Campo Grande.
A Prefeitura chegou a informar na época que tinha aberto procedimento para apurar o motivo da nova nomeação que colocava Mara Gurgel como secretária-adjunta de Desenvolvimento com cargo DCA-1, publicada em edição extra do Diário Oficial. No dia 16 de agosto de 2018, o promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria de Campo Grande, apresentou a denúncia, encaminhada à 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, apontando suspeitas de que a servidora comissionada seria “fantasma”.
Ela seria proprietária há 12 anos de um centro de beleza no Carandá Bosque, onde atuaria como maquiadora. Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), sua rotina compreendeu frequentar uma academia no período da manhã, atuar em sua empresa à tarde e buscar a filha na escola, “não tendo em nenhum momento se dirigido ao prédio da prefeitura ou a qualquer outro local que indicasse interesse público do órgão que lhe paga seu salário desde fevereiro de 2017”, cita a denúncia.
Diligências do Gaeco na época ainda apontaram que Mara Gurgel não trabalhava na Secretaria de Governo e Relações Institucionais – fato que teria admitido em depoimento. Para o MPE, o horário de trabalho dela impedia que ela exercesse outra atividade laboral concomitantemente. O Gaeco ainda afirmou que, nos dias em que foi acompanhada, sua folha de frequência na secretaria foi assinada normalmente – o que foi considerado como informação falsa.
Conforme Elenilton Dutra, a prefeita continua mantendo nomeados parentes e amigos, que na maioria são evangélicos e alguns da igreja que os dois frequentam. “Ela se transformou em sinônimo de traição, incompetência e má gestão. Nós que já vimos essa novela em tempos anteriores, hoje amargamos a péssima gestão da atual prefeita da Capital”, finalizou.