Na visão da alta cúpula das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem promovendo uma caça às bruxas em Brasília e o alvo prioritário são os militares. Nos bastidores, eles reclamam principalmente do afastamento de militares de postos que eram exclusivos.
Lula não terá um ajudante de ordens, uma espécie de secretário pessoal, das Forças Armadas — o petista será o primeiro a mudar essa tradição. Lula alega ter perdido a confiança nos militares.
Outra fonte com quem o blog conversou disse que a primeira-dama, Janja, chegou a cogitar que seria perigoso usar os helicópteros presidenciais porque são operados por militares.
Esse é um serviço exclusivo da FAB (Força Aérea Brasileira), uma das instituições mais respeitadas do país. A FAB transporta presidentes, ministros, militares e ajuda humanitária há anos, sempre com pouquíssimos registros de incidentes.
Outra crítica dos militares é com relação à tentativa de classificar os atos violentos do dia 8 de janeiro de terrorismo e golpe de estado.
Um general disse, sob condição de anonimato: "Tenha absoluta certeza que não houve tentativa de golpe de estado. Não havia apoio militar para que isso ocorresse. Enfim, acredito que esses atos indesejáveis em absoluto foram executados por vândalos. Nada diferente disso. Nesse momento temos que saber interpretar tudo com isenção e muita serenidade".
Outro general, dessa vez da reserva, chama de absurdo o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo de governador do Distrito Federal sem que sejam apresentadas provas contundentes da omissão do representante eleito pelo voto popular.
Já juristas respeitados como o advogado José Eduardo Rangel de Alckmin, ex-ministro do TSE, avaliam o afastamento como correto. Alckmin explica que, "considerando a gravidade dos fatos e as circunstâncias que os envolveram, a medida cautelar contra o governador Ibaneis se afigura consistente. No entanto, é conveniente que a apuração seja rápida, a fim de que a medida não se estenda sem necessidade".
O jurista disse também que é preciso esperar as investigações para que haja a conclusão sobre os crimes ocorridos no dia 8. "[Quanto à] configuração de crime de terrorismo ou golpe de estado, somente com o encerramento das investigações será possível uma conclusão. Em tese, ambos os crimes podem ter se consumado", disse.
"A gravidade das condutas enseja a adoção de medidas severas. A defesa do Estado democrático de Direito é extremamente relevante neste momento", encerrou o jurista.