
Numa coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (17), a delegada Fernanda Mendes, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), informou que o fonoaudiólogo acusado de abusar sexualmente de uma criança de 8 anos abusou de outros três menores de idade.
Esteve presente na delegacia, como testemunha, a dona e o advogado da clínica em que o fonoaudiólogo atendia, com objetivo de auxiliar a polícia no processo contra o médico.
De acordo com a delegada, o médico trabalhava na clínica desde 2021, e foi indicado por terceiros a trabalhar no local. As informações são que o médico morava junto de uma colega na Capital, e veio de Manaus sem nenhum antecedente criminal.
Após o depoimento das crianças, a polícia conseguiu traçar um modus operandi do médico, que era procurar entre os seus pacientes, crianças com dificuldades de fala e comunicação, “os mais vulneráveis pra que ele possa abusar e ficar impune”, com cada criança sendo abusada de uma forma diferente, pedindo para algumas cobrirem os olhos com a máscara, subornando algumas com doce, e outras formas de distrair as crianças durante os abusos.
De acordo com a DEPCA, o médico atendeu neste ano 75 crianças, que a delegacia já teve acesso, e pretende colher o depoimento de todas essas 75 crianças, e também colher o depoimento dos pacientes de 2021, lista que a polícia aguarda ser fornecida até o momento.
Durante a coletiva, a delegada informou que ao todo, cerca de 200 crianças foram atendidas pelo profissional, e explica que cada criança passará por avaliação para que elas relatem se sofreram ou não algum tipo de abuso sexual por parte do médico.
“Vamos fazer um chamamento individual de cada representante legal dos genitores dessas crianças para que sejam atendidas no setor psicosocial e relatem se sofreram ou não violência sexual”, disse a delegada.
A delegada ainda compartilhou com a imprensa a estimativa de demora do processo de investigação dos abusos, que devido ao grande número de pacientes do médico, pode levar em torno de 6 meses, mas disse que muito provavelmente o médico ainda continuo preso, já que serão apresentados junto do processo pedidos de prisão preventiva contra o acusado.
Durante todo o processo de interrogação do médico, ele preferiu por se manter em silêncio, não negando nem concordando com nenhuma das acusações apresentadas contra ele.
Até o momento, o médico foi indiciado pelo estupro de vulnerável de 4 menores de idade, crime que tem pena de 8 a 15 anos de prisão para cada acusação, e se encontra preso na Penitenciária da Gameleira II, prisão de segurança máxima na Capital.