Muitas vezes usadas como instrumentos de manobras por partidos para lançamento de candidaturas fictícias, a mulheres que entram na política ainda enfrentam grandes desafios. A observação é da advogada Mônica Lopes que mora em Dourados e atua como consultora construção de projeto político com foco na definição de bandeiras e propostas de pré-candidatas.
“O principal desafio das mulheres que buscam um espaço nas eleições de 2020 é provar que não são candidatas fantasmas, que não são laranjas, que não vieram apenas para cumprir com a cota, mas para ocupar o papel de protagonistas na disputa por uma cadeira no Legislativo e no Executivo Municipal”, explica Mônica.
Segundo a advogada, a Lei 9.504/97 exige que, do número de candidatos que cada partido deve registrar, no mínimo 30% das vagas devem ser preenchidas por candidaturas de cada sexo. Considerando que o maior obstáculo é atrair as mulheres para o cenário político, essa regra ficou popularmente conhecida como cota feminina, mas, legalmente, a cota é de gênero.
Nesse contexto, no entendimento da especialista, com o fim das coligações, os partidos têm enfrentado grande dificuldade em preencher a cota feminina, o que leva alguns a criarem manobras como, por exemplo, o mero lançamento fictício de candidaturas, a famosa candidatura laranja.
Mônica vai além e ressalta que as legendas tem responsabilidade no cenário existente, uma vez que “há carência de políticas intrapartidárias que focam na formação, capacitação e empoderamento da mulher no meio político”, explica a advogada que nesta quinta-feira (17) foi umas convidas do projeto Mais Mulheres na Política, da SNPM (Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres).