A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, em viagem à Rússia, reuniu-se na quarta-feira (17), com o vice-presidente da empresa russa Acron - produtora de fertilizantes minerais complexos - Vladimir Kantor, para tratar da importação do insumo.
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Durante a reunião, a ministra aproveitou para tentar retomar as negociações sobre a aquisição, pela empresa russa, dos ativos da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3) da Petrobras, em Três Lagoas (MS). Kantor informou que as negociações para a aquisição UFN-3 deve prosseguir.
O imbróglio da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN-3), em Três Lagoas, se arrasta há anos. O projeto da Petrobras, concebido para garantir ao Brasil a autonomia na produção de fertilizantes nitrogenados, foi interrompido em dezembro de 2014, quando 83% das obras já haviam sido concluídas, por ilegalidades apontadas pela Operação Lava Jato.
Na época, a UFN-3 já acumulava dívidas da ordem de R$ 70 milhões com fornecedores, muitos delas contraídas com fornecedores de Três Lagoas, município que sempre teve grandes expectativas sobre o projeto.
Em 2019, a Petrobras anunciou que não pretendia mais atuar no negócio de fertilizantes e que venderia os ativos da UFN-3. Começou então a negociação da planta industrial com o grupo russo Acron pretendia comprar a fábrica por quase R$ 8 bilhões, tendo como sócia, a estatal boliviana YPFB, que ficaria com 12% das ações da UFN-3 e ainda seria a fornecedora de gás natural para a planta industrial.
Mas a instabilidade política no país vizinho fez a russa Acron, que já contava inclusive com a garantia de incentivos fiscais, desistir do negócio