Crédito: Pietra Dornelles Foi intitulada Dirty Pix a operação realizada nesta terça-feira (18) em Sidrolândia, município da região central de Mato Grosso do Sul. Estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão na cidade e também em Manaus (AM).
O Gecoc/MPMS (Grupo Especial de Combate à Corrupção, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) apura os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.
A investigação identificou o desvio de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados ao Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa. O valor foi repassado pelo Governo do Estado à prefeitura de Sidrolândia para a compra de um aparelho de ressonância magnética e um autoclave hospitalar.
Porém, parte dessa verba foi desviada pela direção do hospital e pela empresa fornecedora, a Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos (CNPJ 20.820.379/0001-93). A empresa ainda teria pago vantagens indevidas a vereadores.
Os pagamentos eram feitos por meio de transferências Pix diretamente ou por meio de terceiros aos parlamentares e ao então presidente do hospital, Jacob Breure.
O Jornal Midiamax apurou que são alvos da operação:
- Cristina Fiúza (MDB), vice-prefeita de Sidrolândia
- Enelvo Felini Júnior, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente
- Izaqueu Diniz, o Gabriel Autocar (PSD), vereador de Sidrolândia
- Cledinaldo Cotócio (PSDB), vereador
- Adavilton Brandão (MDB), vereador
- Elieu Vaz (PSB), ex-vereador
- Jacob Meeuwis Breure, ex-presidente do Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa
- José Ademir Gabardo (Republicanos), ex-vereador
- Júlia Carla Nascimento
- Júlio César Alves da Silva
- Comercial Gabardo (CNPJ 08.217.980/0001-90)
- Gabriel Auto Car (CNPJ 19.409.298/0001-16)
- Farma Medical Distribuidora de Medicamentos e Correlatos (CNPJ 40.273.753/0001-95)
- Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos (CNPJ 20.820.379/0001-93)
“Dirty Pix”, termo que dá nome à operação, traduz-se da língua inglesa como “pix sujo”, e faz alusão à natureza ilícita das transferências financeiras utilizadas para viabilizar o esquema.
Hospital de Sidrolândia pagou e não teria recebido equipamentos
Em agosto de 2023, a Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos foi condenada pela 2ª Vara Cível de Sidrolândia a entregar equipamentos hospitalares. A compra de um equipamento de ressonância magnética e uma autoclave pelo Hospital Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa foi feita por meio de convênio com o Governo do Estado.
Assim, em dezembro de 2022 a empresa foi contratada para a compra dos dois equipamentos. Ao todo, foram investidos R$ 5.468.750,00.
O valor foi pago pelo hospital, devendo a ressonância ser entregue e instalada em 100 dias e a autoclave em 70 dias. O hospital alega que tentou resolver o atraso de forma amigável, mas não teve resultado.
Além disso, que o pagamento foi feito antecipado porque a cotação era realizada em dólares, já que a ressonância é importada. Na época, a Pharbox informou que aguardava os trâmites de importação para entregar os produtos.



