Pesou 528 quilos a carga de droga encontrada no avião Neiva modelo EMB-720C, prefixo PT-EYL, que fez pouso forçado em lavoura de soja no interior de São Paulo, na manhã de ontem (18). A aeronave está registrada em nome do empresário Derio Jamir Bervig, residente em Bonito (a 257 km de Campo Grande).
Segundo a Polícia Federal, metade da droga era de cloridrato (a droga já refinada) e a outra parte era de pasta-base, matéria-prima da cocaína.
O avião voava da região de fronteira em direção à capital paulista quando foi abordado por Super Tucano da FAB (Força Aérea Brasileira). O voo não era autorizado, o que levantou suspeita de que se tratava de narcotráfico.
Para não ser abatido, o piloto do Neiva fez pouso forçado na lavoura de soja no distrito de Caporanga, município de Santa Cruz do Rio Pardo, na região de Ourinhos.
Com apoio de cães farejadores, policiais militares vindos de Bauru fizeram buscas nos arredores, mas não localizaram o piloto. Moradores da área afirmam que dois homens desceram do avião e se esconderam no mato, mas a Polícia Federal informou que havia apenas o piloto.
Segundo registro da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião está com a licença de operação suspensa e impedido de voar como táxi aéreo. Fabricada em 1979 pela Indústria Aeronáutica Neiva – incorporada pela Embraer em 2006 – a aeronave tem capacidade de transportar cinco passageiros e até 1.542 quilos.
Derio Jamir Bervig era dono de uma empresa de mármore e madeira em Bonito, mas o CNPJ consta atualmente como inativo. Moradores locais afirmam que ele não reside mais na cidade e teria se mudado com a família para Campo Grande.
O filho de Derio, Marlon Jamil Bervig, 33, foi preso em julho de 2021 por tráfico de drogas em Três Lagoas. Condenado em regime aberto, ele cumpre a pena atualmente no sistema penitenciário na Capital.