Depois de um grande período de chuva em Mato Grosso do Sul e com o solo bem úmido, os agricultores estão aproveitando o tempo firme para colher soja.
Foram aproximadamente 3,5 milhões de hectares plantados em MS e a colheita ainda é baixa, de 5%. Os produtores querem adiantar também a semeadura do milho, safrinha, que está atrasada por conta das chuvas.
O presidente da Aprosoja, André Dobashi, falou, “que o excesso de umidade e a alta nebulosidade em janeiro atrasaram o desenvolvimento dos grãos”.
O estado teve índice histórico de chuvas em praticamente todas as regiões no mês passado.
Por exemplo, em Aral Moreira choveu mais de 500 milímetros em janeiro; em Dourados, o acumulado do mês chegou a 328 milímetros; em Maracaju, 342 mm e em Rio Brilhante, 388 mm.
“Choveu praticamente em 28 dias do mês de janeiro, atrapalhando a finalização do ciclo da soja. Houve um atraso no desenvolvimento da planta, o que em algumas regiões também favoreceu a incidência de doenças de final de ciclo”, explica o presidente da entidade.
Ele também ressaltou que a previsão inicial era de uma safra muito boa, com perspectiva de produtividade acima de 53 sacas por hectare.
“É uma boa produtividade, mas esperávamos que fosse melhor, podendo chegar a 55 ou 57 sacas. Por enquanto, estamos na retaguarda, esperando o avanço na colheita para revisar estes dados”, acrescentou.
De acordo com a Aprosoja, pelo menos 60% da safra de grãos no Estado já vêm sendo comercializada há pelo menos um ano.
Já em Dourados, as expectativas são as melhores após o fim do período chuvoso. Ângelo Ximenes, presidente do Sindicato Rural da cidade, afirma que a entidade está muito otimista e que os produtores devem emendar a colheita nos próximos dias, chegando a 15% de área colhida até o final de semana.
“A previsão é de produtividade excelente, mesmo que a chuva tenha atrapalhado. Estamos prevendo uma hiper safra”, comentou.
No município a área plantada é de aproximadamente 190 mil hectares. Além da colheita da soja, a chuva também atrasou o plantio do milho, que preferencialmente deveria ser semeado até 28 de fevereiro para ‘escapar’ do período mais rigoroso do inverno.
“Já sabemos que este prazo não poderá ser cumprido, então o produtor está correndo contra o tempo para aproveitar o sol e adiantar os trabalhos”, diz Ximenes.