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Terça, 16 de abril de 2024

O fiasco anunciado de Bolsonaro na ONU

Bolsonaro vai discursar na sede das Nações Unidas, em Nova York, na próxima terça-feira.

19 de set 2021 - 12h:04 Créditos: DAIANE SCHUINDT
Crédito: Assessoria

Bolsonaro vai discursar na sede das Nações Unidas, em Nova York, na próxima terça-feira. Vai levar uma comitiva de nove ministros, a mulher Michelle e o filho Eduardo. Será um verdadeiro voo da alegria, pago com dinheiro público. Como Bolsonaro não tem respeito nenhum internacionalmente, ele deve aproveitar a ida aos Estados Unidos para um passeio com os amigos e a família, para fazer compras em uma das mecas do consumismo mundial.

Essa é a única explicação plausível para a viagem do presidente. Afinal, pelo que ele já adiantou que vai falar na sessão de abertura da ONU, o fiasco será completo. Bolsonaro disse que pretende defender no encontro o Marco Temporal para a demarcação das terras indígenas.

Ou seja, Bolsonaro vai pregar que os índios brasileiros só têm direito às terras eu ocupavam até 1988, data da promulgação da Constituição, uma tese nefasta para a comunidade indígena. Até porque, os índios estão no País bem antes de 1500, quando os portugueses descobriram o Brasil. Por direito, eles são os donos das terras que ocupam desde sempre. O Marco Temporal diz que eles têm que provar que lutavam pelas propriedades até essa data, mas a maioria dos indígenas era massacrada quando lutava por seus direitos, eram assassinados, mulheres estupradas, filhos sequestrados. Um genocídio.

Pior é que o mandatário não tem a mínima sensibilidade para perceber que a comunidade internacional se comove com o drama dos indígenas que ocupam a Amazônia, destruída por ações do seu governo. Isso, todos já sabem no exterior, a começar por Joe Biden, que não quer saber de sentar na mesma mesa do ex-capitão para discutir as questões ambientais ou seja lá o que for. Bolsonaro é tóxico para a comunidade mundial.

Seu discurso na ONU, portanto, não será ouvido por ninguém. Até porque, desta vez não terá mais Donald Trump na plateia. Ele era um dos poucos que lhe davam ouvidos, pois o ex-capitão era seu maior puxa-saco. Bolsonaro deve repetir em Nova York o mesmo fracasso que foram todas as suas incursões feitas no âmbito de entidades plurilaterais, como aconteceu no Fórum Econômico Mundial, de Davos, em 2019.

O mandatário fez um discurso pífio de sete minutos, que ninguém deu bola, e ainda foi obrigado a almoçar, sozinho, num bandeijão do seminário. Todos os líderes mundiais o desprezaram. Sabiam da sua falta de substância e da sua inexpressividade como governante. Já sabiam, naquela época, que de estadista ele não tinha nada.

Agora, sabem que ele é, além de tudo, também um negacionista, descrente da ciência, opositor das vacinas salvadoras e condutor de uma política da morte em um país detentor do maior número de mortes na pandemia, proporcionalmente, em todo o planeta. Um genocida de índios, destruidor do meio ambiente e responsável pela morte de pelo menos 600 mil vítimas da Covid. Um pária internacional.

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