Menu
Domingo, 22 de dezembro de 2024

Caso Sophia: 9 meses após crime, padrasto entrega senha do celular para investigadores.

No mesmo documento que revela o código do celular, a defesa pede que a audiência de instrução marcada para o dia 28 de setembro seja realizada apenas depois que a perícia ficar pronta.

19 de set 2023 - 20h:23 Créditos: G1
Crédito: Divulgação

Christian Campoçano Leitheim, suspeito de matar e estuprar a enteada Sophia Jesus Ocampo, entregou a senha do celular dele para que uma perícia seja realizada. O aparelho já passou pelas Polícias Civis de Mato Grosso do Sul e do Paraná, mas seguia sem ser desbloqueado até agora, nove meses após o crime.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) assumiu a missão de desbloquear o aparelho na semana passada, após despacho feito pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Na segunda-feira (18), a defesa do réu ofertou o código nos autos. No entanto, pedem que a audiência de instrução, marcada para o dia 28 de setembro, ocorra somente após a coleta do material e posterior análise da defesa.

 

Como justificativa, os advogados alegaram que não se pode defender o acusado sem estar a par do conteúdo que será usado no interrogatório.

Para atender ao pedido sem adiar a audiência de instrução que já está marcada, a polícia teria nove dias, a partir desta terça-feira (19), para periciar o telefone e mandar o relatório ao juízo.

Sophia morreu aos 2 anos. — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução
Sophia morreu aos 2 anos. — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

As advogadas de Stéphanie de Jesus Da Silva, mãe de Sophia, também tentaram adiar a audiência. De acordo com o despacho, elas possuem sessões de outros casos para participar na mesma data e que estavam marcadas anteriormente. O magistrado, no entanto, alterou apenas o horário.

 

Antes começaria às 13h30 e agora começará às 16h. Neste dia serão ouvidos Christian, Stéphanie e uma testemunha de defesa.

Stephanie e Christian estão presos preventivamente desde 26 de janeiro pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.

 

Outros pedidos

 

No mesmo documento anexado aos autos na segunda, a defesa de Christian solicitou ainda autorização judicial para que a chave da casa em que a família morava seja devolvida ao dono. Segundo os advogados, o imóvel é alugado e o proprietário quer colocá-lo novamente no mercado imobiliário.

Como argumento, a defesa lembrou que já foram feitas duas perícias na residência. Sendo assim, não seria mais necessário mantê-la fechada.

Outra demanda solicitada foi a volta do processo ao sigilo. A ação ficou por meses em segredo, mas no começo do mês o juiz o tornou público.

Suspeitos de cometerem o crime tiveram a prisão temporária convertida em preventiva — Foto: Redes sociais

Suspeitos de cometerem o crime tiveram a prisão temporária convertida em preventiva — Foto: Redes sociais

 

 

O caso

 

Sophia Jesus Ocampos, de 2 anos, morreu no dia 26 de janeiro de 2023. Ela foi levada já sem vida pela mãe à UPA do Bairro Coronel Antonino. Segundo o médico legista, o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.

Em depoimento, a mãe confirmou que sabia que a menina estava morta quando procurou a unidade de saúde. O laudo de necropsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.

A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu "violência sexual não recente".

As idas de Sophia à unidade de saúde eram frequentes. O prontuário médico da menina consta que ela passou por 30 atendimentos médicos em unidades de saúde da capital, uma delas por fraturar a tíbia.

Menina apresentava diversos ferimentos pelo corpo — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução
Menina apresentava diversos ferimentos pelo corpo — Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução

 

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) investiga se houve falhas nos atendimentos prestados à menina. O processo administrativo vai ouvir servidores públicos da Sesau para colher informações. Tudo que for coletado durante a investigação será enviado à Justiça e à Polícia Civil, segundo o secretário Sandro Benites.

Igor de Andrade, companheiro do pai da menina, relatou ao g1 que eles tentaram conseguir a guarda da criança, mas um dos impedimentos seria a homofobia por parte da mãe da vítima.

Deixe um comentário


Leia Também

Veja mais Notícias